“Dia 1º de abril. Parecia até mentira. Aretha, 37 anos de idade, nove de montanhismo, teve que se beliscar. Foi dentro do avião da Qatar Airways que ela, pela primeira vez em um ano de trabalho árduo, fechou os olhos e disse a si mesma: ‘Uau, está acontecendo!’” O trecho acima faz parte da biografia “Da Sucata ao Everest” – A Saga de Aretha Duarte (Dialogar), escrita por Débora Rubin e Rodrigo Grilo, que está em fase de pré-venda.
A obra narra de forma envolvente a trajetória do Jardim Capivari, bairro da periferia de Campinas onde Aretha Duarte cresceu, até o cume do Everest, em uma saga inspiradora realizada em 2021.
Para chegar no alto dos 8.849 metros da montanha mais alta do mundo, a paulista decidiu coletar materiais recicláveis para juntar recursos durante a pandemia. Ela passou a separar e levar para o ferro-velho papel e plástico descartados de uma fábrica e também criou uma vaquinha on-line para arrecadar o valor necessário para a expedição. Além disso, patrocinadores começaram a aparecer para que a montanhista chegasse no topo do mundo.
Aretha se apaixonou pelo montanhismo, esporte predominantemente branco e elitista, durante a faculdade de Educação Física e sua maior motivação para escalar o Everest, no entanto, foi a representvidade. “Existiu sim um racismo estrutural e por causa disso eu ficava cada vez mais motivada a escalar essa montanha [Everest], no sentido de se tornar uma representação, no sentido de não ter sido apenas a primeira, mas que seja a primeira de muitas”, disse Aretha em entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil. “Eu queria ver cada vez mais mulheres nesses ambientes, ver mais pessoas pretas nesses ambientes”, completou.