Africanos prometem dominar provas de longas distâncias no atletismo do Rio-2016

Nas provas de longa distância, etíopes e quenianos costumam bagunçar o mapa-múndi e colocar o continente africano no centro das atenções em Jogos Olímpicos. Na opinião do técnico Ricardo D’Angelo, do Clube de Atletismo BM&F Bovespa, fatores como a altitude de várias cidades, o potencial genético e a cultura esportiva explicam o bom desempenho dos africanos.

Por Belo Horizonte Do Hoje em Dia

A etíope Genzebe Dibaba é um dos nomes em evidência. Irmã de Tirunesh Dibaba, tricampeã olímpica, e de Ejegayehu Dibaba, prata em Atenas, ela é a atual recordista mundial dos 1.500 metros com 3min50s07, marca estabelecida no Mundial de Pequim-2015. Genzebe tentará escrever seu nome na história dos Jogos nos 5.000 metros no qual conquistou bronze em Pequim.

Sobre sua trajetória recente, no entanto, paira uma dúvida. Seu técnico, o somali Jama Aden, foi preso no mês passado acusado de administrar substâncias dopantes a seus atletas. A também etíope Almaz Ayana é a principal adversária de Dibaba. Ela tem a segunda melhor marca da história nos 5.000 metros ao correr a distância em 14min12s59 durante o meeting de Roma da Diamond League.

Também merecem destaque os quenianos David Rudisha, campeão em Londres-2012 e bicampeão mundial nos 800 metros; e Conselus Kipruto, prata no Mundial de 2015 nos 3.000 metros com obstáculos. A sul-africana Caster Semenya voltou a ter resultados expressivos neste ano após ser campeã mundial dos 800 metros em Berlim, em 2009.

A exceção para a supremacia dos países africanos é Mo Farah, somali naturalizado inglês, que vai defender os títulos nos 5.000 e 10.000 metros. Ainda na Grã-Bretanha, Jessica Ennis-Hill, ouro no heptatlo há quatro anos, e Greg Rutherford, campeão de salto em distância na última edição dos Jogos, devem conseguir bons resultados.

Entre os brasileiros, as maiores esperanças estão com Marilson Gomes dos Santos. Embora não esteja na melhor fase de sua carreira, foi o brasileiro com o melhor índice na maratona. No salto em distância, Marcus Vinícius da Silva, o Duda, bicampeão mundial indoor, não conseguiu o índice, mas aguarda o convite da IAAF.

As condições climáticas podem ter influência direta nos resultados. Embora a localização geográfica e condições climáticas da cidade do Rio de Janeiro sejam bastante favoráveis para as provas de pista, o clima quente e úmido pode prejudicar o desempenho na maratona, por exemplo.

PROVAS DE CAMPO – As disputas de campo apresentam equilíbrio em várias provas para os Jogos do Rio. O salto triplo é um dos melhores exemplos. No feminino, duas sul-americanas estão no topo do ranking mundial: a colombiana Caterine Ibarguen (15,04 metros) e a venezuelana Yulimar Rojas (15,02 metros). Além delas, Olga Rypakova, do Casaquistão, e Paraskevi Papahristou, da Grécia, têm ótimas marcas.

O salto triplo masculino terá dois atletas norte-americanos destacados: Christian Taylor e Will Claye. No arremesso de peso, o destaque é a neozelandesa Valerie Adams. Já no lançamento de martelo, a polonesa Anita Wlodarczyk é a recordista mundial e única mulher a lançar acima de 80 metros.

O salto com vara feminino é provavelmente a prova mais acirrada. Pelo menos sete atletas têm chances reais de medalha com marcas entre 4,80 e 4,87 metros. Entre elas estão a russa Yelena Isinbayeva, se confirmar presença, a grega Ekateríni Stefanídi, a cubana Yarisley Silva, a norte-americana Jennifer Suhr e a brasileira Fabiana Murer. “A Fabiana está em ascensão e pode chegar em grande forma”, disse o técnico José Carlos Rabaça, da BM&F Atletismo.

No masculino, o favorito é o francês Renaud Lavillenie. Além dele, mais dois atletas saltaram mais de 5,90 metros. No grupo de grandes saltadores está o brasileiro Thiago Braz, que já alcançou 5,93 metros o ano passado e 5,85 metros neste ano. Especialistas afirmam que ele poderá saltar acima de seis metros.

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