Alemães são acusados de racismo e assédio contra mulher em bar do DF

Dois alemães são acusados de dar um tapa nas nádegas de uma mulher e de chamar os amigos, que tentaram defendê-la, de macacos

por Larissa Rodrigues no Metropoles

Dois alemães foram parar na delegacia após serem acusados de racismo e assédio em um bar da Asa Norte, na noite da última quinta-feira (24/9). Quatro amigos estavam no local, por volta da 1h, quando uma mulher, de 23 anos, levou um tapa nas nádegas. Segundo a vítima, que preferiu não se identificar, quando virou para entender o que tinha acontecido, um estrangeiro, com um sotaque carregado, teria falado: “Desculpe, não tive escolha”.

A mulher conta que ao ouvir isso ficou ainda mais revoltada e começou a discutir com o homem, que estava acompanhado de um amigo. Nesse momento, ouviu até um pedido de desculpas, que veio junto com um “mas não me peça para não fazer com outra mulher” e “tive que bater para ver se é bom”.

Revoltados com a atitude dos homens, dois amigos da vítima ameaçaram chamar a polícia. No entanto, os estrangeiros, que nesse momento foram identificado como alemães, começaram a gritar ofensas racistas aos brasileiros que teriam descendência afrobrasileira. “Eles batiam no braço mostrando a cor e diziam: ‘Eu sou europeu, você é macaco’”, conta a mulher.

Segundo ela, mesmo depois que a polícia chegou e todos foram encaminhados para a 5ª Delegacia de Polícia, na região central, os alemães continuaram gritando macaco para os homens brasileiros. Por telefone, uma das vítimas da injúria racial, confirmou as ofensas à reportagem do Metrópoles.

A Polícia Civil confirmou o fato. No boletim de ocorrência, os crimes são classificados como importunação ofensiva ao pudor e injúria racial. Ainda de acordo com a corporação, apenas Jorg Apel, 50 anos, natural da Alemanha, foi preso. A esposa dele pagou R$ 5 mil de fiança, e o homem foi liberado na manhã do dia seguinte.

+ sobre o tema

‘Não sabia como agir’, diz homem que recebeu comanda com palavra ‘preto’

O funcionário público Gilberto Martins, 43, que estava participando...

Uma aula de História do Brasil: Luis Felipe Alencastro no STF sobre cotas

Luiz Felipe de Alencastro Cientista Político e Historiador Professor titular da...

A Constituição de 1988 e a cidadania que nos foi negada

O acesso a educação no Brasil é um problema...

para lembrar

Contra preconceito, jovens de Cascavel apagam pichações xenofóbicas da cidade

Contra preconceito, jovens de Cascavel apagam pichações xenofóbicas da...

Por trás da guerra nas ruas de São Paulo

por Bob Fernandes Noventa e oito policiais militares assassinados...

“Criminalizar o racismo na lei porque ele é um crime na vida”

“O racismo é um atentado contra a dignidade das...
spot_imgspot_img

X se assemelha a cidade sem lei

Faz poucos dias, o IBGE apresentou ao país as projeções atualizadas da população. Território inteiro, grandes regiões, todas as 27 unidades da Federação, 100% dos 5.570...

‘Gay não opina aqui’: estudante de 14 anos denuncia que sofreu injúria racial e homofobia de colegas de escola na Zona Sul do Rio

Um estudante de 14 anos foi alvo de injúria racial e homofobia por parte de colegas de turma do Colégio pH, no campus de...

Abordagens por reconhecimento facial têm 10% de falsos positivos, diz PM na Alerj

As abordagens conduzidas pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) com o uso do sistema de reconhecimento por biometria facial tiveram uma taxa de falsos...
-+=