Após 20 anos, acusados pelo Massacre do Carandiru serão julgados

Os primeiros 26, dos 79, réus acusados pela morte de 111 presos no massacre irão a julgamento nesta segunda (8); na foto, cena do filme “Carandiru”, de 2003

A chacina promovida pelo Estado ocorreu no dia 2 de outubro de 1992 na Casa de Detenção de São Paulo e teve início após uma briga entre presos no Pavilhão 9. Após mais de 20 anos, ninguém foi condenado. Previsto para o dia 28 de janeiro, o novo prazo foi dado pela Justiça para que o Instituto de Criminalística de São Paulo pudesse dar um parecer sobre a perícia balística a partir das armas utilizadas pelos policiais na ocasião.

Após todo esse tempo, muitas questões sobre o massacre ainda precisam ser levantadas. Como estão os familiares dos presos hoje em dia? O sistema prisional brasileiro continua matando? Quem treinou essa polícia que extermina as pessoas que se encontram sob a custódia do Estado?

A Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA e a Comissão de Direitos Humanos recomendam à República Federativa do Brasil, dentre outras observações, que “seja realizada uma investigação completa, imparcial e efetiva a fim de identificar e processar as autoridades e funcionários responsáveis pelas violações dos direitos humanos. (…) Adotar as medidas necessárias para que as vítimas dessas violações e suas famílias recebam adequadas e oportunas indenizações. (…) E desenvolver políticas e estratégias destinadas a descongestionar a população das casas de detenção, (…) e oferecer treinamento especial para o pessoal carcerário e policial”.

Leia mais materias sobre Violência Racial & Policial

 

Fonte:  Instituto Terra Trabalho e Cidadania

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...