Aquela mulher negra bela

Aquela mulher negra bela

A vista uma estrela amarela

Enviado por Eloá Kátia Coelho via Guest Post para o Portal Geledés 

A solidão da mulher negra.

Na emoção dolorida emigra…

E paulatinamente a alma deflagra.

Esta situação que é a solidão…

Não tem compaixão!

De dia seu coração desintegra;

De noite seu peito sangra.

Instaura-se como uma regra.

Como se fosse uma guerra.

Esta mulher apaixonada…

Fica sozinha na madrugada.

Deveras queria ser alegra!

Pouco acompanhada e silenciosamente amada…

Na solidão não encontra nada.

Antes de seu corpo ser tocado…

Quer afeto antecipado!

Ela deseja…

Que lhe veja!

Esta solidão quando nasce…

Viva como escarlate cresce…

E a alma convalesce…

A dor floresce!

E a mulher que está dentro dela decresce…

E nada mais aparece, pois ela emudece…

E tudo ao seu redor ladeira desce…

Acha que não tem mais amor no mundo para ela;

E pela janela dela aquela mulher negra bela…

Tão doce que nem singela avista uma estrela amarela…

Mas vem de novo a solidão e lhe tranca na vida como se estivesse na cela.

Então, acende a vela que brilha e da luz para ela.

No tempo fica registrado…

Confuso, conturbado, perturbado.

Ninguém viu que podia de haver um amor…

Sem aquela dor?

Nada foi verificado

Esta mulher não pode ficar tão só…

A garganta tende a ficar limpa sem este nó…

Quer um colo que a proteja…

Quer quem lhe corteja…

E quando precisar ao seu lado esteja…

E que seu desejo anteveja.

Ela deseja…

Que lhe veja!

Recebe então um toque autorizado assim continuado; 

Totalmente a ela customizado. 

Ritmamente compassado…

Entre corpos comunicado, 

Antenados, ligados, apaixonados.

Mesmo assim proíbe-se de um relacionamento secreto…

Não se resume em mulher objeto.

Nem em sentimento espedaçado.

Muito menos descuidado e tampouco abandonado.

Quer ter amor visibilizado.

Quer carinho publicitado.

Não o prioriza todo tocado;

Acarinhado, arrebatado, suado…

Do tipo molhado.

Imperativamente não quer seu corpo intitulado como idealizado.

Na sua vida não quer espaço para a solidão!

Quer carinho e atenção…

Quer uma mão em sua mão!

 

 

 

 

 

 

Eloá Kátia Coelho

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