Uma face da transfobia chamada solidão
“Uma vida só pertence à pessoa que a vive. Eis a solidão em que estamos encerrados, como em um quarto, como em um crânio, onde nossos pensamentos, por mais que viajem, sempre nos trazem de volta a nós mesmos.” A frase é de Paul Auster, escritor estadunidense. De fato, a solidão é um afeto fundamental para o funcionamento positivo da mente humana, haja vista ela nos ajudar a construir ações em benefício da sociedade. Agora, por exemplo, me encontro em completa solidão, escrevendo esse texto. Contudo, a solidão pode se tornar fonte de intenso sofrimento psíquico, quando é instituída pela sociedade: exatamente nesse ponto estão as travestis e mulheres transexuais, haja vista, tendo seus corpos objetificados e hipersexualizados, vivenciam uma das modalidades mais sutis da violência – a determinação social compulsória de que elas não merecem vivenciar relacionamentos amorosos. Há alguém disposto a assumir um relacionamento amoroso com uma travesti? ...
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