“Assistem, marcam pessoas negras e vão dormir”, diz Flávia Oliveira, da Globo, sobre jovem negro de bike abordado por PMs

Enviado por / FonteDCM

Pelo Twitter, a jornalista Flávia Oliveira, da Globo, reclamou de pessoas brancas jogarem nas costas de pessoas negras toda a responsabilidade de lutar contra o racismo.

Ela afirma que foi marcada diversas vezes no vídeo de homem negro que foi algemado por policiais enquanto fazia manobras de bicicleta numa praça e questionou:

“Por que quem identifica e se revolta com o racismo estrutural não pode tomar as próprias providências? Por que não marcam as autoridades policiais de Goiás? Por que não viralizam o racismo institucional entre os amigos e conhecidos brancos?”.

A jornalista, dizendo estar “verdadeiramente cansada”, ainda criticou a militância que se limita as redes sociais:

“Assistem a essas cenas traumáticas, marcam pessoas negras e vão dormir”.

Youtuber é abordado e algemado enquanto andava de bicicleta numa praça. Foto: Reprodução/DCM

Leia a fala na íntegra:

É um vídeo abominável sobre como pessoas negras, sobretudo jovens negros, sofrem abordagens policiais. Eu sou uma mulher negra de 51 anos. Conheço essa história.

E esta noite, preciso perguntar por que tanta gente me marcou nesse vídeo. Por que pessoas negras têm de ser sistematicamente confrontadas com episódios de racismo?

Por que quem identifica e se revolta com o racismo estrutural não pode tomar as próprias providências? Por que não marcam as autoridades policiais de Goiás? Por que não viralizam o racismo institucional entre os amigos e conhecidos brancos?

É madrugada de sábado. E eu estou verdadeiramente cansada.

Meu ponto é que as pessoas assistem a essas cenas traumáticas, marcam pessoas negras e vão dormir. Há muita crueldade em despejar toda a responsabilidade do combate ao racismo aos negros. Sempre aos negros. Antirracismo é atitude.

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...