Brancos recebem 61,4% a mais do que negros por hora de trabalho no Brasil

Desigualdade cai de maneira lenta ao longo da série histórica, diz IBGE

FONTEFolha de São Paulo, por Leonardo Vieceli
Trabalhadores brancos receberam 61,4% a mais que pretos e pardos em 2022 - Foto: Freepik

Brancos receberam em média R$ 20 por hora de trabalho no Brasil em 2022, quantia 61,4% maior do que a de pretos ou pardos (R$ 12,4). É o que apontam dados divulgados nesta quarta-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Essa diferença até já foi maior, mas vem caindo de forma considerada lenta pelo órgão. No início da série histórica, em 2012, brancos recebiam 69,8% a mais do pretos ou pardos por hora de trabalho.

As informações integram a Síntese de Indicadores Sociais. A publicação analisa estatísticas de fontes como a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), também produzida pelo IBGE.

“De 2012 a 2022, em 11 anos, a série pouco se alterou. Esse retrato [de desigualdade] permanece”, afirma João Hallak, analista da síntese do instituto.

Os dados tratam do rendimento por hora de todos os trabalhos das pessoas ocupadas. De acordo com o IBGE, a desigualdade dos ganhos permanece nos diferentes níveis de escolaridade.

A maior diferença ocorre na camada da população com ensino superior completo. Nesse grupo, a renda por hora dos brancos (R$ 35,3) superou em 37,6% a dos pretos ou pardos (R$ 25,7) em 2022.

Diferentes pesquisas do IBGE já sinalizaram que historicamente a população negra enfrenta dificuldades para conseguir oportunidades de trabalho com maior remuneração. Em razão disso, a informalidade muitas vezes vira a saída para essa parcela dos brasileiros.

Em 2022, a proporção de informais entre mulheres pretas ou pardas (46,8%) e homens pretos ou pardos (46,6%) superava a média dos ocupados (40,9%), segundo os dados divulgados nesta terça. Mulheres brancas (34,5%) e homens brancos (33,3%) tinham taxas menores.

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