Países onde o aborto é totalmente proibido:
Andorra, Angola, Chile, Congo, Egito, Haiti, Somália, Honduras, Micronésia, Nicarágua, Omã, Palau, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, El Salvador, República Dominicana, Filipinas, San Marino, Gabão, São Tomé e Príncipe, Senegal, Guiné-Bissau, Iraque, Suriname, Síria, Laos, Lesoto, Tonga, Madagascar, Malta, Ilhas Marshall, Mauritânia e Maurício.
Países onde é permitido apenas nos casos em que a vida da mulher está em risco:
Brasil, México, Panamá, Guatemala, Afeganistão, Antigua e Barbuda, Butão, Nigéria, Mianmar (Birmânia), Papua-Nova Guiné, Paraguai, Sudão, Ilhas Salomão, Costa do Marfim, Dominica, Irã, Quênia, Quiribati, Tanzânia, Timor-Leste, Líbia, Faixa de Gaza e Cisjordânia, Venezuela, Malauí, Mali, Líbano, Emirados Árabes Unidos, Tuvalu, Uganda, Iêmen, Irlanda, Bangladesh, Brunei, Indonésia e Sri Lanka.
Países que permitem para preservar a saúde física:
Argentina, Bahamas, Benim, Bolívia, Burquina Fasso, Burundi, Camarões, Chade, Comores, Costa Rica, Equador, Guiné Equatorial, Djibouti, Eritreia, Etiópia, Grenada, Guiné, Jordânia, Kuwait, Liechtenstein, República das Maldivas, Marrocos, Mônaco, Moçambique, Nigéria, Paquistão, Peru, Polônia, Catar, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Ruanda, Uruguai, Togo, Vanuatu e Zimbábue.
Países que permitem para preservar a saúde mental ou nos casos em que a saúde da gestante está prejudicada:
Colômbia, China, Espanha, Serra Leoa, Suíça, Tailândia, Trinidad e Tobago, Argélia, Botsuana, Gâmbia, Gana, Hong Kong, Israel, Jamaica, Libéria, Malásia, Namíbia, Nauru, Nova Zelândia, Irlanda do Norte, Samoa, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia e Seicheles.
Países onde é permitido nos casos em que a saúde física ou mental estão comprometidas e por critérios econômicos:
Austrália, Barbados, Belize, Chipre, Fiji, Finlândia, Índia, Japão, Luxemburgo, Taiwan, Grã-Bretanha e São Vicente e Granadinas.
Países em que é permitido sem restrição:
Albânia, Armênia, Estados Unidos, Áustria, Azerbaijão, Bielorrússia, Bósnia, Canadá, Cuba, Cabo Verde, Bahrain, China, Croácia, Bélgica, Bulgária, Camboja, Coreia do Norte, França, Estônia, Macedônia, Dinamarca, Alemanha, Hungria, Itália, Grécia, Geórgia, Guiana, Vietnã, Ex-República Iugoslava, Quirguistão, Lituânia, Mongólia, Latvia, Montenegro, Nepal, Países Baixos, Portugal, Porto Rico, Noruega, Rússia, Sérvia, Romênia, República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia, Cingapura, África do Sul, Suíça, Tunísia, Turquia, Turcomenistão, Uzbequistão, Tadjiquistão e Ucrânia, Suécia.
(fonte- em inglês)
Então, partindo do princípio de que Deus ou religiões são contra o aborto, pergunto:
Por que em todos esses países o aborto é legal, uma vez que 90% do mundo possui alguma religião?
Vamos focalizar as perspectivas religiosas e abortos realizados em nosso país.
“-Mas Jéssica, o que acontece se o aborto for legal no nosso país?”
Já já vocês descobri a resposta!
Primeiro peço para observarem essas quatro imagens:
Como podemos ver,a maioria das mulheres que praticaram algum aborto são mães, casadas,cristãs e maiores de 24 anos.
São nossas amigas, nossas mães, irmãs, primas, tias, avós…
Então eu respondo:Se o aborto for descriminalizado em nosso país apenas os fetos morrerão!
Digo apenas, pois junto com eles não irão essas 220 mil mulheres que morrem todos os anos!
“-Mas Jéssica, já é uma vida, tem um coração batendo! Eles sentem dor igual a nós!”
Lamento informar, mas essa afirmação é FALSA!
E coração bater não é argumento válido. Se fosse, não seria possível o desligamento dos aparelhos de pessoas diagnosticadas com morte cerebral.
Como vocês sabem, sou mãe de dois meninos[pelo menos pelo gênero de nascimento] e sofri bastante nas minhas 2 gravidez. Do mais velho, fui mãe solteira. Primeiro fui diagnosticada com 16 cistos nos ovários, tendo que parar de tomar o meu anticoncepcional. O médico disse que eu nunca engravidaria. A camisinha rompeu e eu engravidei. O doador de esperma [como o chamo] não quis nem saber de mim ou da minha gravidez. Durante os 2 meses que eu tive de gravidez[só soube aos 4 meses que eu estava grávida] tive mais outros diagnósticos. Um deles [e o mais doloroso] foi que eu tinha tido um aborto [o que não foi verdade]. Meu filho nasceu de 26 semanas e ficou meses na UTI. Passei por isso tudo com a ajuda da minha avó e minha mãe.
Do meu filho mais novo, tive o apoio do meu companheiro, e só o apoio dele. Minha família não quis participar de nada [diziam que agora eu estava por minha conta e risco]. Dele eu pensei em fazer um aborto.!
19 anos, gravidez inesperada [engravidei de primeira], nem tinha terminado o ensino médio, tinha acabado de entrar naquele relacionamento, ele na faculdade, eu já tinha um filho…
Mas sabe o porque não o fiz? Primeiro por coragem. Não teria coragem de fazê-lo! Segundo, por questão financeira. Não teria de onde tirar R$3.000,00 para fazer um aborto mais seguro e terceiro, medo de morrer, deixar meu filho órfão e ser apenas mais uma nas estatísticas.
Nunca escondi isso de ninguém! Enfim, decidi continuar com a gravidez! Descobri que tinha um mioma no útero e que a placenta estava “colada” nele. Senti dores horríveis a gestação inteira. Fiquei internada várias vezes e em
TODAS elas sofri
violência obstétrica.
Fui violada de diversas formas, tive escolhas, vontades e sonhos tirados de mim.
Mereço um biscoito por ter decidido passar por isso tudo?
Nós[mulheres] não devemos levar nossa vivência para um julgamento coletivo!
Quando digo que sou mãe e sou a favor da descriminalização do aborto as pessoas logo me perguntam:
“-Mas você teria coragem de abortar um dos seus filhos?” Como disse acima, por falta de coragem, acho que não faria! Mas eu não estou livre disso, não. Muito pelo contrário! Se eu engravidasse hoje, na situação em que me encontro, com toda certeza pensaria a respeito!
Mas o fato de eu ter tido meus filhos, com todos os perrengues que passei [e ainda passo] não me dá o direito de querer impor a uma mulher que não deseja ter um filho, que ela passe pelas mesmas coisas que eu passei ou [possivelmente] coisas piores.
Agora eu pergunto:
Você, que se denomina “pró-vida”, defensor da família e dos bons costumes concorda com a morte dessas mães, esposas e mulheres tementes a Deus?
Você acha realmente que seus princípios fundamentalistas e retrógrados valem a vida dessas 220 mil mulheres todos os anos?
Você acha que a “vida” de um feto de 10 semanas vale a vida de uma mulher e mãe?
Então eu peço. Como mulher, mãe, cristã e como uma pessoa que se importa com o próximo.
Vamos repensar essas coisas! Vamos parar com esses discursos de ódio contra nossas mulheres!
“Toda mulher deve ter direito à educação sexual, aos métodos contraceptivos e à interrupção segura da gravidez. Gravidez não é destino, é escolha”
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