Caso Marielle: cinco meses após assassinato, Anistia entrega documento a autoridades exigindo respostas

Às vésperas do período eleitoral, Anistia Internacional quer cobrar ação preventiva da Secretaria de Segurança contra eventual negligência. Pai da vereadora disse que passou o Dia dos Pais pensando na filha.

Cinco meses após o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, as autoridades ainda não deram uma resposta sobre quem foram os autores ou mandantes do crime.

Nesta terça-feira (14), a Anistia Internacional entregou um ofício à Secretaria de Segurança do Rio exigindo resposta das autoridades. A Anistia afirma que o objetivo é cobrar uma ação preventiva, às vésperas do período eleitoral, para que a investigação continue.

“Acho que a intervenção federal é precipitada. A Polícia Civil tem competência, o delegado Giniton (Lages, da Divisão de Homicídios) é bastante sério e não está envolvido em corrupção. O que a gente quer é o resultado correto. Há cinco meses todas as autoridades do Rio têm sangue nas mãos porque esse é um caso continuado”, disse a viúva de Marielle, Mônica Benício.

O pai de Marielle, Antônio Silva, disse que no domingo (12), Dia dos Pais, passou o dia inteiro pensando na filha. “Foi isso que me deu forças. Há cinco meses faço a mesma pergunta que continua sem resposta. É muito difícil”, afirmou o pai.

O documento também foi enviado também para o Ministério da Justiça, Chefia da Polícia Civil, Gabinete de Intervenção Federal e Procuradoria Geral do Ministério Público.

Segundo a diretora executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck, os debates eleitorais não devem permitir uma eventual negligência da investigação. “A gente quer que a investigação continue e chegue até o resultado correto. Queremos também insistir e cobrar das autoridades a constituição do mecanismo independente de monitoramento das investigações”, explicou Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia.

Os ofícios da Anistia Internacional exigindo respostas serão entregues para seis autoridades:

  • Rivaldo Barbosa – chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro
  • general Richard Fernandez Nunes – secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro
  • general Walter Souza Braga Netto – interventor Federal
  • José Eduardo Ciotola Gussem – procurador Geral do Ministério Público do Rio de Janeiro
  • Deborah Macedo Duprat de Britto Pereira – procuradora Federal dos Direitos do Cidadão
  • Torquato Jardim – ministro da Justiça

Marielle e Anderson foram assassinados no dia 14 de março, no bairro do Estácio, região Central do Rio. O caso é tratado como sigiloso pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio. Nas eleições de 2016, Marielle foi quinta vereadora mais votada da cidade.

Polícia Federal deve atuar nas investigações
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann afirmou, na segunda-feira (13), que o presidente Michel Temer considera “questão de honra”a conclusão das investigações da morte da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes.

Após 150 dias sem o esclarecimento do crime, o presidente autorizou a atuação da Polícia Federal nas investigações. Segundo Jungmann, já há uma equipe delineada e pronta “caso seja solicitado”.

Jungmann voltou a dizer que, no caso das mortes de Marielle e Anderson, há a participação de agentes públicos e políticos, que formam uma “rede poderosa de influência”.

Para que a Polícia Federal assuma de fato as investigações é preciso que os interventores na área de segurança façam o pedido oficialmente, o que não aconteceu até o momento. Desde fevereiro, o estado do Rio de Janeiro passa por intervenção federal na segurança pública.

Na última sexta-feira (10), o ministro Raul Jungmann afirmou haver pistas que apontam para uma possível disputa política como motivação para o crime.

Jungmann não citou nomes e não quis dar mais detalhes para não atrapalhar o andamento da apuração, mas confirmou que há suspeita de envolvimento de agentes públicos e políticos nas mortes.

Suspeita de envolvimento de milicianos e deputados
O caso Marielle está sob sigilo, mas o que se sabe até agora é que existem, pelo menos, duas linhas de investigação. Uma deles, envolvendo milicianos e um vereador do PHS, já que Marielle estaria atuando em área de milícia.

A Divisão de Homicídios apura também se deputados estaduais do MDB teriam ligação com o crime. A motivação, neste caso, seria disputas políticas e negociações de cargos públicos.

Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos no dia 14 de março, no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Polícia Federal deve atuar nas investigações

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann afirmou, na segunda-feira (13), que o presidente Michel Temer considera “questão de honra” a conclusão das investigações da morte da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes.

Após 150 dias sem o esclarecimento do crime, o presidente autorizou a atuação da Polícia Federal nas investigações. Segundo Jungmann, já há uma equipe delineada e pronta “caso seja solicitado”.

Jungmann voltou a dizer que, no caso das mortes de Marielle e Anderson, há a participação de agentes públicos e políticos, que formam uma “rede poderosa de influência”.

Para que a Polícia Federal assuma de fato as investigações é preciso que os interventores na área de segurança façam o pedido oficialmente, o que não aconteceu até o momento. Desde fevereiro, o estado do Rio de Janeiro passa por intervenção federal na segurança pública.

Na última sexta-feira (10), o ministro Raul Jungmann afirmou haver pistas que apontam para uma possível disputa política como motivação para o crime.

Jungmann não citou nomes e não quis dar mais detalhes para não atrapalhar o andamento da apuração, mas confirmou que há suspeita de envolvimento de agentes públicos e políticos nas mortes.

Suspeita de envolvimento de milicianos e deputados

O caso Marielle está sob sigilo, mas o que se sabe até agora é que existem, pelo menos, duas linhas de investigação. Uma deles, envolvendo milicianos e um vereador do PHS, já que Marielle estaria atuando em área de milícia.

A Divisão de Homicídios apura também se deputados estaduais do MDB teriam ligação com o crime. A motivação, neste caso, seria disputas políticas e negociações de cargos públicos.

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