Conheça as artistas e bandas lideradas por mulheres que têm tudo para se destacar em 2018 com novos trabalhos lançados com Natura Musical

Ava Rocha, Drik Barbosa, Liniker e as bandas Carne Doce e Francisco, El Hombre estão entre as selecionadas, que incluem também festivais e semanas de música produzidos por mulheres 

Por Ligia Grammont enviado para o Portal Geledés 

Vinte e um artistas e bandas, além de dez festivais e duas semanas de música, farão parte do Natura Musical em 2018. Os 33 projetos de gravação de discos, shows e um circuito nacional de festivais refletem a efervescência da música brasileira contemporânea e sua enorme capacidade de reverberar o novo momento do país e do mundo.

A seleção de projetos mostra na prática o novo posicionamento da plataforma que, a partir desse ano, está buscando artistas, projetos e eventos que se conectam com temas de impacto social. “A música sempre foi um elemento de identificação e representação e queremos amplificar a voz de artistas e movimentos que se conectam com essas questões, promovendo empatia, conexões e encontros”, explica Fernanda Paiva, gerente de marketing institucional da Natura.

Para a cantora e compositora paraense Aíla, a mudança de posicionamento de Natura Musical em busca de diversidade e pluralidade ficou bem clara desde a composição da rede de curadores, que agora conta com a mesma proporção de homens e mulheres, até o resultado. “O discurso do agora está muito representado na obra dos selecionados. Na Bahia, por exemplo, todas as selecionadas são mulheres, negras que vêm da periferia”, conta. Dos 33 contemplados, sete são compositoras e cantoras e cinco bandas têm a presença de mulheres, assim como a maioria dos festivais e semanas de música.

Os projetos foram escolhidos entre 1.618 inscritos no edital público e a indicação dos nomes foi feita por uma rede de curadores formada por 18 artistas, produtores, jornalistas, representantes de festivais e outros players do mercado musical.

NOVOS ARTISTAS

Os novos nomes vão se juntar aos 330 projetos dos treze anos do programa de patrocínio que se tornou uma grande plataforma de renovação da música brasileira, apoiando lançamento de discos, shows, filmes, livros, pesquisas e digitalização de acervos.

São eles: Ava Rocha (RJ), Black na Laje (MG), Bruno B.O. (PA), Carne Doce (GO), Catavento (RS), Drik Barbosa (SP), Francisco, El Hombre (SP/MEX), Iconili (MG), Jards Macalé (RJ), JosyAra (BA), Julia Branco (MG), Larissa Luz (BA), Liniker e os Caramelows (SP), Luedji (BA), Manoel Cordeiro (PA), Molho Negro (PA), Musa Híbrida (RS), Quartabê (SP), The Baggios (SE), Viola Perfumosa (RJ) e Yangos (RS).

Anualmente, Natura Musical assina cerca de vinte discos, grande parte deles à frente de listas e premiações de melhores do ano, como “Melhor do que Parece”, de O Terno, “A Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares, “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa”, de Emicida, “Estado de Poesia”, de Chico César, “Dancê”, de Tulipa Ruiz, e os recentes “Xenia”, de Xênia França, “Coração”, de Johnny Hooker, “Boca”, de Curumim, e “Natureza Universal”, de Hermeto Pascoal.

FESTIVAIS

Uma das novidades do edital Natura Musical 2017 é a inclusão de uma categoria dedicada aos festivais de música brasileira. A plataforma estendeu sua atuação para festivais depois de analisar as mudanças que ocorreram no cenário musical quando completou dez anos. A grande oferta musical atual é predominantemente independente, não conta com grandes estruturas e carece de meios que a tornem autossuficiente.

Os festivais são hoje um ambiente de conexão direta com o público e de circulação da produção contemporânea. Além de oferecer mais palcos, formam público, conectam a produção local à nacional e criam um circuito nacional de exibição. “Sempre acreditamos que a música tem um potencial mobilizador imenso, capaz de proporcionar encontros e experiências únicas. Além de contribuir para a renovação do repertório musical, nosso objetivo é ajudar a construir pontes para que toda essa pulsação criativa chegue efetivamente a um público maior e mais diversificado”.

Os escolhidos são: Bananada (GO), Coala (SP), Contato (SP), Coquetel Molotov (PE), DoSol (RN), Faro MPB (RJ), Música de Rua (RS), Radioca (BA), Se Rasgum (PA) e Timbre (MG). A Natura também estará presente em dois eventos emblemáticos do mercado musical, o Porto Musical (PE) e a SIM SP (Semana Internacional de Música de São Paulo).

Neste ano, foram realizados projetos piloto do patrocínio a festivais por meio de parcerias com o festival Radioca, Coquetel Molotov e DoSol. Nos três eventos, houve a participação e artistas que lançaram discos pelo Natura Musical. Para o produtor musical Pena Schmidt, os festivais são hoje o grande processo estruturador da música. “Todo dia eu descubro um novo festival, mais novo e mais bacana pelo interior do País”, ele diz.

SOBRE O PROCESSO SELETIVO

O edital passou por uma simplificação do processo de inscrição e dos critérios de seleção. Além de avaliarem a criação, produção artística e a viabilidade, a rede de curadores também analisou o potencial de repercussão e articulação dos projetos, que passou a ser fundamental para a escolha dos contemplados. Segundo Fernanda Paiva, o motivo é que o patrocínio ganha mais relevância quando tem condições de ampliar seu alcance por meio de outras parcerias. “O que observamos ao longo desses anos é que um projeto atinge todo seu potencial quando dá sinais da sua conexão com outras iniciativas”, diz Fernanda.

Participaram da rede de curadores Aíla (cantora), Ana Garcia (Coquetel Molotov), Anderson Foca (Do Sol), Anelis Assumpção (cantora), Bina Zanetti (produtora), Eduardo Roberto – Thubas (Noisey Brasil/Vice), Fabiana Batistela (SIM São Paulo), Fabiane Pereira (Faro MPB), Fátima Pizarro (VEVO), Juli Baldi (Bananas Music), Katia Abreu (Dia da Música), Kuru Lima (produtor), Leandro Ribeiro (BMA), Luciano Matos (Radioca), Paulinho Rosa (Canto da Ema/Casa Natura Musical), Paulo Borges (SPFW), Pena Schmidt (produtor) e Renee Chalu (Se Rasgum).

Nesse processo, o papel do curador, segundo Pena Schimdt, é ser um avalista de reputações. “Os critérios que usamos para avaliação foram bastante saudáveis para dizer o que buscamos: artistas que já têm trabalho, produtor, carreira, público, rede e reputação no meio”, explica. “Avaliei muito a ficha técnica dos projetos, suas redes e interação, mas na mesa, com tanta gente de lugares diferentes, é outra coisa porque conseguimos avaliar o histórico das pessoas envolvidas em cada projeto com uma abrangência muito maior”, acrescenta Katia Abreu, do Festival Dia de Música.

“Todo o processo de seleção foi muito rico. Eu nunca participei de um edital tão criterioso e tão abrangente”, conta Fabiane Pereira, apresentadora do Faro MPB. “Eu entrei em todos os links dos projetos inscritos. E quando deparava com um número imenso de seguidores e visualizações, no caso de artistas que nunca tinha ouvido falar, partia do princípio de que estava desfalcada. Às vezes também percebia que artistas que achava que tinham visibilidade, de fato, tinham muito menos e hoje não dá para dissociar rede social de impacto”, afirma.

Para o próximo ano, a marca ofereceu R$ 5,6 milhões para as categorias lançamento de novos trabalhos e patrocínio de festivais independentes – com apoio da Lei Rouanet e das leis estaduais de incentivo à cultura (ICMS) do Rio Grande do Sul, Paraná, Pará, Bahia, Minas Gerais e São Paulo.

ARTISTAS E PROJETOS CONTEMPLADOS

Ava Rocha (RJ)

Ava Rocha dialoga com os diferentes tipos de arte. Filha do cineasta Glauber Rocha (1939-1981) e da multiartista Paula Gaitán, desde nova teve proximidade com o cinema e foi no teatro que começou a se aproximar da música. Cantora, compositora e cineasta, possui dois discos: “Diurno” (2011) e “Ava Patrya Yndia Yracema” (2015). Esse último possui uma sonoridade experimental próxima do Tropicalismo e entrou para a lista de melhores de 2016 do crítico Ben Ratliff, no The New York Times.

“Trança” é o nome provisório do seu terceiro disco, que conta com produção de Negro Leo e Eduardo Manso, repertório de sua autoria e interpretações de canções inéditas. O projeto terá turnê de lançamento três cidades.

Carne Doce (GO)

Criada por Salma Jô e Macloys em 2013, Carne Doce é uma das bandas mais originais do indie brasileiro atual, surgida na rica cena rock de Goiânia. A ótima avaliação do primeiro disco homônimo, que ocupou várias listas de melhores em 2014, foi ampliada em “Princesa”, um dos mais elogiados lançamentos brasileiros de 2016, circulando com shows de lançamento em várias casas e festivais do país.

O grupo gravará novo álbum com letras que saltam do “confessional” ao “universal”, do “delicado” ao “visceral”, com instrumental inovador de música brasileira contemporânea, rock, mpb e pop e fará shows em quatro cidades.

Jards Macalé (RJ)

Jards Anet da Silva, ou Jards Macalé, é o “cara” para grande parte de jovens fãs da música brasileira. Sua carreira começou em 1966, na direção de um show de Maria Bethânia que o levou para perto do Tropicalismo. Seus parceiros mais frequentes foram Capinam, Wally Salomão, Torquato Neto e Jorge Mautner, e foi gravado por grandes intérpretes como Bethânia, Nara Leão, Clara Nunes, Luiz Melodia e Gal Costa. Para além do talento como compositor e violonista, é a verve irrequieta e transgressora que marca sua personalidade artística.

Desde 1998 sem lançar um disco de inéditas, prepara-se para um próximo álbum só de novidades, com canções em parceria com compositores da nova geração da música brasileira. Em “Jards Macalé Inédito” (título provisório), Jards reaparece ao lado de nomes que vêm transformando a música brasileira, sob direção de Kiko Dinucci e Romulo Fróes. Estão previstos shows de lançamento em duas cidades.

 

Liniker e os Caramelows (SP)

Há dois anos, o público deparava pela primeira vez com os versos “a gente fica mordido, não fica?” e “deixa eu bagunçar você”. A identificação foi instantânea e, hoje, o vídeo da música “Zero” contabiliza mais de 11 milhões de views no YouTube de Liniker e os Caramelows. Nesse período lançaram “Remonta”, passaram por festivais como o Primavera Sounds (Espanha), Rock In Rio (RJ), Coala (SP), Popload (SP), MECA (MG), Rec-Beat (PE), Bananada (GO), e estão escalados para o próximo Lollapaloza em São Paulo. A questão da diversidade é transversal ao grupo, que conta na linha de frente com poderosas mulheres – trans, cis, lésbicas, heteros – além de homens, negros, brancos, budistas, católicos, umbandistas e ateus.

Depois do primeiro álbum, que trazia canções compostas desde os 16 anos da compositora Liniker, o novo disco traz letras e arranjos mais maduros, fruto dos últimos dois anos de circulação do grupo pelo Brasil e exterior. Também conta com uma banda maior com bateria, percussão, baixo, teclas, guitarra, saxofone, trompete, flauta e vocais. O projeto terá shows de lançamento em duas cidades.

The Baggios (SE)

Criada em 2004 na cidade de São Cristóvão, Sergipe, por Julio Andrade na guitarra e vocais, e Gabriel Perninha na bateria, a banda The Baggios é uma das mais inventivas da atualidade. Vem colecionando elogios pelo mundo por suas apresentações e originalidade em álbuns que trazem timbres clássicos e mesclam riffs blueseiros com o peso do rock setentista e a música brasileira. Seu último disco, “Brutown” (2016), rendeu uma turnê por mais de cinquenta cidades brasileiras, incluindo presença no lineup do Lollapalooza, em São Paulo.

Após três álbuns, três EP’s e um DVD ao vivo, o quarto álbum da The Baggios tem como proposta uma evolução dos temas e sonoridades abordadas nos discos anteriores, cumprindo o desejo da banda de ter elementos novos a cada disco. A banda prevê ainda dois shows de lançamento do novo trabalho.

Viola Perfumosa (RJ)

Viola Perfumosa é o coletivo formado por três “cantautores” expressivos: Ceumar, o cantor e violoncelista Lui Coimbra e o violeiro e contador de causos Paulo Freire. O projeto resgata e recicla a genialidade e a sofisticação das melodias e da poesia da música que se convencionou chamar “caipira”, compondo um mosaico comovente e alegre do Brasil “de dentro”, “dos interiores”, em uma obra poético-musical.

Viola Perfumosa grava seu primeiro disco e fará dois shows revelando de maneira original a força da presença feminina na música sertaneja, homenageando uma das mais emblemáticas artistas da música popular brasileira: Inezita Barroso.

 

Drik Barbosa (SP)

Drik é uma das vozes femininas mais promissoras da nova música urbana brasileira. Iniciou sua carreira com rimas de improviso na Batalha do Santa Cruz e hoje coleciona hits e participações especiais na cena hip hop. Como integrante do projeto “Rimas & Melodias”, que reúne sete mulheres – Dj, cantoras e Mc’s, lançou recentemente álbum homônimo, com um discurso contemporâneo, voltado para questões como ser mulher, negra, com diferentes origens e lutas cotidianas.

Entre suas parcerias mais emblemáticas está “Mandume”, de Emicida. Seus versos pesados e precisos a tornaram uma referência para mulheres brasileiras da periferia. O novo projeto pretende viabilizar a produção e realização do primeiro disco de Drik Barbosa. “Herança” (título provisório) terá um show de lançamento e deve contar com participações especiais como Karol Conká, Negra Li, Mahmundi e Anna Tréa.

Francisco, El Hombre (SP/MEX)

Foi em uma viagem pela América Latina que nasceu o grupo “Francisco, El Hombre”, hoje formado por dois irmãos mexicanos, Sebastián Piracés-Ugarte (vocalpercussão e violão) e Mateo Piracés-Ugarte (vocal e violão), a vocalista e percussionista Juliana Strassacapa, o guitarrista Andrei Martinez Kozyreff e o baixista Rafael Gomes. Esteticamente o que situa a banda na música brasileira é uma aposta na fusão de ritmos diversos do continente, unindo o maracatu e a cumbia, o samba e a ciranda com o ska. “Soltasbruxa” (2016), primeiro disco do grupo passou por vários festivais latino-americanos.

Com a música “Triste, louca ou má” como tema de protagonista na novela das 21h, indicada ao Grammy Latino de melhor canção de Língua Portuguesa e a escalação da banda para o próximo Lollapalooza em São Paulo, a banda se prepara para gravar e lançar com dois shows um novo álbum intensificando essa linha de trabalho e apostando em parcerias com outros artistas.

 

Quartabê (SP)

O quinteto surgiu a partir da banda “Claras e Crocodilos”, uma leitura da obra de Arrigo Barnabé (1980), um dos precursores da Vanguarda Paulistana. Joana Queiroz (sax tenor, clarinete e clarone), Maria Beraldo Bastos (clarinete e clarone) e Mariá Portugal (bateria) vêm ganhando elogios da crítica e do público com shows no Brasil e no exterior. O quinto nome do quinteto é Chicão, pianista e tecladista atuante na cena musical e teatral paulistana. Sua identidade foi construída em cima da metáfora da sala de aula: o grupo se vê como uma turma da escola. A banda estudou e gravou, em 2015, um disco sobre a obra de Moacir Santos, o “Lição #1: Moacir”.

Com esse projeto, pretendem fazer a “Lição #2: Dorival“, explorando a obra de Caymmi de maneira expandida, com arranjos instrumentais, contemplando música e semântica. Além do CD, o projeto inclui um gibi e shows de lançamento.

 

JosyAra (BA)

JosyAra é uma cantora, compositora, instrumentista e arranjadora de Juazeiro. Em 2012, gravou o seu primeiro álbum, intitulado ‘Uni Versos’. Destacando-se na cena atual da música baiana, Josyara agrega à sua musicalidade elementos da raiz nordestina em uma leitura contemporânea.

Josyara entra em uma nova fase de sua carreira e prepara-se para seu novo disco e dois shows de lançamento composto por faixas autorais, transitando entre ritmos brasileiros de diversas regiões, principalmente do sertão, e sonoridades universais. A nova proposta reúne samples e eletrônicos à sonoridade orgânica, com o violão como principal regente.

 

Larissa Luz (BA)

Nascida em Salvador, a cantora, compositora e atriz Larissa Luz é uma grande representante da música contemporânea.  Após quatro anos à frente da banda Ara Ketu, Larissa seguiu carreira solo, já com dois discos lançados. O último, “Território Conquistado” (Natura Musical), traz homenagem a várias personalidades negras, com a participação de Elza Soares na faixa-título, e foi indicado a Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa no Grammy Latino 2016.

No seu próximo disco, Larissa faz uso da homonímia (palavras que possuem a mesma grafia ou a mesma pronúncia, mas têm significados diferentes) para explorar a palavra “grave” em diversos contextos, e aplicar os significados na estética sonora e no conceito ideológico.

 

Luedji (BA)

Luedji Luna é uma jovem compositora e cantora baiana, com influências do jazz, da mpb e da música de terreiro, que carrega consigo uma identidade negra intensificada pela espiritualidade. Aos 30, anos desde 2015 residindo em São Paulo, Luedji acaba de lançar seu primeiro disco, “Um corpo no mundo”, cuja gravação começou com recursos arrecadados no Catarse e foi viablizada graças ao Prêmio Afro. O trabalho é uma proposta para se pensar a identidade, com um olhar sobre si mesma a partir do contato com os imigrantes africanos na capital paulista.

Demarcando o lugar da mulher na composição e sobretudo o lugar de fala da mulher negra, Luedji deseja agora levar seu trabalho para o mundo. O novo projeto consiste na circulação do show de seu primeiro disco, de canções autorais, por quatro capitais.

 

Black na laje (MG)

O projeto Black na Laje foi idealizado pela banda Black Machine (BM), formada em 2008 por veteranos da cena da música belo-horizontina, que se reuniam para tocar Stevie Wonder, James Brown, Tim Maia. Na época quase não havia bandas de soul e funk em BH e no início deste ano, a banda criou o Black na Laje, agora com trabalho autoral.

O projeto propõe uma ação itinerante da banda com artistas locais, valorizando e difundindo o trabalho de artistas da região metropolitana de BH. Além de fomentar a cultura de regiões periféricas, a banda faz um intercâmbio cultural entre comunidades como o Morro das Pedras, Taquaril e Ventosa. Com o patrocínio de Natura Musical, a banda convidará um grupo para participação em cada show, que além de se apresentar, gravará uma faixa com a Black Machine.

Iconili (MG)

Criado em 2006, é uma pequena orquestra com 11 músicos, entre naipes de metais, percussão, guitarras, baixo e órgão, misturando afrobeat, samba, funk, carimbó, jazz, rock e outras influências. O resultado é uma fusão musical contemporânea, de sonoridade sofisticada e dançante, mas sem hermetismos. Com três discos lançados, já se apresentou no Circo Voador, no Rio de Janeiro, no Sesc Pompéia, em São Paulo, e diversos festivais pelo país, conquistando críticas elogiosas no jornal inglês The Guardian e na revista Rolling Stone.

Ao completar 10 anos, Iconili prepara o lançamento do seu novo álbum, com shows de lançamento em duas cidades. Acostumado a imersões no campo para as suas produções, o grupo agora pretende se voltar a uma fase mais urbana.

Julia Branco (MG)

Atriz, cantora e compositora, Julia Branco é também integrante e fundadora da banda Todos os Caetanos do Mundo, com que lançou em 2015 o disco “Pega a melodia e engole”, que tem produção de Chico Neves e participação de Arnaldo Antunes. Julia já dividiu o palco com nomes como Leo Cavalcanti, Bárbara Eugênia, Bem Gil e Pedro Sá.

Aos 31 anos, prepara-se para assumir-se como compositora em carreira-solo, agora com foco em canções sobre o universo feminino e feminista, a liberdade e o poder. A artista está em fase de produção do seu primeiro vídeo-álbum, que contará com cinco faixas inéditas. Cada vídeo terá a direção de uma cineasta diferente, com produção e direção musical de Chico Neves.

Molho Negro (PA)

Com dois discos e circulação em festivais, o trio paraense formado por João Lemos, Raony Pinheiro e Augusto Oliveira traz um rock com batidas dançantes. Em suas palavras, querem trazer o melhor do estilo “um som alto, pulsante, marcante”. Sempre com uma estrutura enxuta, os integrantes da banda assumem diversas funções como produtores, roadies e técnicos.

O projeto prevê uma turnê da banda passando por várias regiões com apresentações em casas de shows, festivais e ações de guerrilha em locais que possuem menor acesso à cultura. Um videomaker acompanhará tudo, transmitindo os shows ao vivo, postagens diárias e lançamento de um documentário digital.

Manoel Cordeiro (PA)

Nascido no Marajó, Manoel Cordeiro atuou intensamente como produtor musical e arranjador na Amazônia e Nordeste, produzindo mais de quatro mil músicas e artistas como Beto Barbosa, Roberta Miranda, Alypio Martins, Fafá de Belém, entre outros. Além de integrar a banda de Felipe Cordeiro, o mestre divulga o seu projeto instrumental “Sonora Amazônia”, o primeiro solo da carreira.

O novo projeto, intitulado “Manoel Cordeiro e Sonora Amazônia Vol.2”, pretende dar continuidade ao seu projeto solo e a sonoridade que vêm das raízes amazônicas, retomando o universo tradicional, ao mesmo tempo em que aponta para os caminhos contemporâneos da música tropical. Além do disco, estão previstos shows de lançamento em duas cidades.

Bruno B.O. (PA)

Compositor, MC e pesquisador, Bruno B.O. fez pesquisas durante sua trajetória acadêmica sobre a cultura hip hop. São 20 anos de carreira, aliando o rap, o reggae e o rock, com uma visão espiritualista e ativista sobre o mundo e utilizando o rap paraense como linguagem musical e audiovisual.

O projeto prevê a gravação do primeiro DVD do MC, composto por músicas inéditas e repertório do seu EP “Floresta de Concreto”. Inclui também o registro de um show com músicas que são resultado das pesquisas da cultura do hip-hop paraense e de vivências nos centros periféricos do Norte do País.

Catavento (RS)

Nascido há cinco anos, em Caxias do Sul, o sexteto cria uma espécie de fusão da psicodelia melódica com distorções vindas do garage e do noise rock. Com dois álbuns – “Lost Youth Against The Rush” (2014) e “CHA” (2016) e apresentações em festivais como Bananada (GO), Vaca Amarela (GO), Dosol (RN) e Satélite 061 (DF), a banda recebeu ótimas críticas de veículos especializados como Rolling Stone Brasil, Noisey, Popload e Miojo Indie, firmando seu nome na cena independente brasileira contemporânea como um dos expoentes da onda que colocou a psicodelia novamente em evidência na produção nacional.

Seu terceiro álbum, propõe uma conexão maior com o público, por meio do groove, guitarras mais limpas, percussões, sopros e samples. O projeto prevê a produção, gravação e circulação do terceiro álbum de estúdio via selo/produtora Honey Bomb, co-fundado e gerido por membros da banda.

Musa Híbrida (RS)

Musa Híbrida é um trio de Pelotas, RS, formado pelos multi-instrumentistas Camila Cuqui, Alércio Pereira e Vini Albernaz, esse último, produtor da banda e do disco “Leve Embora”, de Thiago Ramil. O grupo possui um som orgânico e eletrônico, utilizando elementos de beat e synth, baixo, guitarra e vocais.

“Piscinas Vazias Iluminadas em Pé” (PVIP), título provisório, é o terceiro álbum de estúdio da banda, que em 2016 lançou o EP “Respirei o Poema Cuspi”. Além da gravação do disco, o projeto inclui shows de lançamento e oficinas.

Yangos (RS)

Yangos é uma banda instrumental com origem na Serra Gaúcha. Formada pelos músicos César Casara, Cristiano Klein, Rafael Scopel e Tomás Savaris, une ritmos tradicionais do sul do Brasil com pitadas jazzísticas, resultando em milongas, chamamés, zambas e chacareiras cheias de ousadia. O quarteto de piano, percussão, acordeão e violão tem uma trajetória de dez anos, três álbuns gravados, um DVD e disputa o Grammy Latino deste ano na categoria Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileiras.

Seu quarto disco pretende dar uma nova roupagem harmônica e melódica para a música instrumental com base na raiz musical do Sul, com uma interpretação ao estilo “power folclore”, cheia de energia e virtuosidade.

 

 

FESTIVAIS

 

Bananada (GO)

Surgido em 1999, o Bananada fomenta e incentiva a produção da música independente há 18 edições, destacando as novas tendências que surgem localmente e trazendo à capital goiana novos artistas nacionais e internacionais. O festival dura uma semana se transformando em um centro de intervenções artísticas, com exposições, campeonatos de skate, área destinada às crianças, shows e apresentações de DJ’s e já recebeu artistas como Boogarins (GO), Banda Uó (GO) e BaianaSystem (BA).

Período: maio

Coala (SP)

O Coala é um festival dedicado à nova música popular brasileira. Em suas três edições, recebeu Tom Zé, Criolo, Baiana System, Karol Conká, Silva e Céu, entre outras bandas que hoje representam a diversidade da música brasileira. Além dos shows, o Coala recebe fotógrafos, grafiteiros, artistas plásticos, micro-empreendedores e influenciadores. A edição 2017 aconteceu no Memorial da América Latina e teve Caetano Veloso, Emicida, Rincón Sapiência e Liniker e os Caramelows.

Período: agosto/ setembro

Contato (SP)

Colaboração e cocriação são as palavras chave para descrever o festival Contato, evento realizado em São Carlos-SP anualmente. Produzido horizontalmente por uma grande rede de produtores culturais e coletivos, estudantes, artistas, pesquisadores e prestadores de serviços, o festival chegou à sua 11ª edição em 2016. O evento é composto por mais de 50 apresentações gratuitas de música, cinema e instalações de arte eletrônica, atividades de formação e aperfeiçoamento de profissionais e debates.

Período: setembro

Coquetel Molotov (PE)

Após 13 edições na Coudelaria Souza Leão, o No Ar Coquetel Molotov 2017 ocorreu no Caxangá Golf Club, na Várzea. Com mais de 10 horas de festival, o evento conta com shows e atrações divididas em 4 palcos. Neste ano, foram: O Terno (SP), Arnaldo Baptista (SP), Alessandra Leão (PE), Luiza Lian (SP), a banda americana DIIV, as espanholas do grupo Hinds e a festa Mamba Negra (SP), além de oficinas e feira cultural.

Período: outubro

 

DoSol (RN)

O DoSol é considerado referência nacional pelo seu forte trabalho para o fomento e fortalecimento da música autoral de vanguarda do País porque proporciona um grande intercâmbio cultural entre artistas de várias regiões e países, além de formar uma plateia consistente e consumidora dessa música. Em 2017, foram mais de 80 shows de artistas locais, nacionais e internacionais como a banda Far From Alaska, Francisco, El Hombre, Liniker e os Caramelows e Rubel.

Período: novembro

Faro MPB (RJ)

A rádio carioca de música brasileira MPB FM realizou em 2014, pelo quinto ano consecutivo, o Festival Faro MPB. O festival é uma extensão do programa semanal Faro MPB, atualmente apresentado na rádio Sul América Paradiso pela jornalista Fabiane Pereira, que abre espaço para a nova safra de músicos contemporâneos, como Lucas Santtana, Tiago Iorc e Marcelo Jeneci. Para a edição de 2018, o festival ocorrerá no Circo Voador, comemorando os dez anos do programa no dial além da realização da sexta edição do festival.

Período: 9 de março

Música de Rua (RS)

A programação do Festival conta com mais de 150 atividades musicais, entre concertos gratuitos, oficinas, debates e exibições de cinema. A diversidade é uma das características do Festival Brasileiro de Música de Rua que representa o encontro da música popular com a música erudita, da música eletrônica com a música de raiz, do rap com a música gaúcha, da música do Pará com a música contemporânea da América Latina que fala espanhol. Em 2017, o Festival chega ao seu sexto ano levando uma programação gratuita para Caxias do Sul e cidades da Serra Gaúcha.

Período: junho a setembro

 

Radioca (BA)

Assim como o programa de rádio, o Festival Radioca encurta a distância entre público e artista, firmando-se como uma boa vitrine do melhor que tem passado nos palcos das diversas regiões do País. Em suas duas primeiras edições, shows, food trucks, Feira do Vinil, e outras atrações fizeram o Radioca ser mais do que um festival de música, mas um evento que abraça novas tendências e culturas e une artistas de diferentes vertentes. A última edição, em outubro, contou com Metá Metá, Curumin, Far From Alaska, Pio Lobato, Lucas Estrela e Rincón Sapiência.

Período: outubro

Se Rasgum (PA)

Com seletivas antes do festival para disputa de vagas no line-up e festas realizadas desde 2003, o festival Se Rasgum já teve 10 edições, estabelecendo-se como o maior da região Norte e considerado um dos cinco melhores festivais de música do País. O festival tem entre seus maiores objetivos levar a produção musical emergente para todo o Brasil, alimentando uma cadeia produtiva cultural no Estado que envolve profissionais e artistas. Em 2017, sua 12º edição recebeu atrações como Emicida, BaianaSystem, Ava Rocha e Francisco El Hombre.

Período: novembro

Timbre (MG)

A agência Timbre Cultural, além de promover o Festival Timbre, realiza outros eventos culturais e tem como especialidade o agenciamento de carreiras de bandas e músicos interessados em promover a divulgação e circulação de seus trabalhos na cena musical brasileira. Após reunir mais de 20 mil pessoas, mais de 50 horas de música em mais de 50 artistas de todo território nacional em Uberlândia-MG, o Timbre mantém seu objetivo de amplificar a cultura independente.

Período: outubro

SEMANAS DE MÚSICA

SIM (SP)

A SIM – Semana Internacional de Música de São Paulo é uma das mais importantes feiras de negócios da música da América Latina, principal evento de mobilização da cadeia da música e ponto de articulação dos diversos players do setor. Durante cinco dias, a capital paulista vira ponto de encontro para profissionais de todos os setores da indústria musical, do Brasil e de vários países. Os temas abordados no evento têm o novo mercado da música como foco e colocam em evidência novas ideias e conceitos que estão transformando o cenário mundial, além de capacitar e conectar pessoas.

Período: dezembro

Porto Musical (PE)

O Porto Musical é o mais importante encontro voltado para os profissionais da música no Brasil. Com seminários, speed-meetings, mesas-redondas e shows, o evento reúne artistas, gestores públicos e privados, representantes de selos, gravadoras e instituições culturais em geral, além de pessoas interessadas nas novas tendências do mercado fonográfico. Ao longo das suas seis edições, o Porto Musical ofereceu cerca de 170 conferências, quase 250 convidados e 80 shows de artistas contemporâneos. Mais de 4 mil profissionais já participaram das conferências e encontros do Porto Musical e mais de 50 mil pessoas assistiram a seus shows.

Período: fevereiro

 

 

Sobre a Natura

Fundada em 1969, a Natura é uma multinacional brasileira de higiene e cosmética. Líder no setor de venda direta no Brasil, com mais de 1,8 milhão de consultoras, registrou R$ 7,9 bilhões de receita líquida em 2016. Foi a primeira companhia de capital aberto a receber a certificação B Corp no mundo, em dezembro de 2014, o que reforça sua atuação transparente e sustentável nos aspectos social, ambiental e econômico. Com operações na Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, México e Peru, detém também o controle da marca inglesa de beleza The Body Shop e da australiana Aesop. Produtos da marca Natura podem ser adquiridos com as consultoras Natura, pela Rede Natura, por meio do app Natura ou em lojas em São Paulo, Rio de Janeiro, Paris e Nova York. Para mais informações sobre a empresa, visite www.natura.com.br e confira os seus perfis nas redes sociais: LinkedInFacebookInstagramTwitter eYouTube.

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Akim Camara um virtuose do violino na Holanda

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Luis Vagner, o guitarreiro que foi do twist ao samba-rock para animar o terreiro brasileiro

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Elza Soares: Versão póstuma de ‘Meu Guri’ chega às plataformas digitais

Nova versão de "Meu Guri," performada por Elza Soares, chegou às...

Rapper Coolio, conhecido pelo hit “Gangsta’s Paradise”, morre aos 59 anos

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Alaíde Costa e Ludmilla são exemplos relevantes de mulheres que venceram preconceitos no mundo da música

Hoje, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é dia de saudar Alaíde Costa e Ludmilla, duas cantoras e compositoras brasileiras, ambas cariocas e ambas negras, que venceram...

Aretha Franklin: ícone da música e dos direitos civis que fez história com sua força cultural

Direto de Memphis para o mundo, com seu talento e brilho, a rainha do soul também alcançava o gospel, R&B e o jazz, de...

Beyoncé revela ter psoríase e fala sobre sua relação com o cabelo ao lançar linha de cosméticos

Beyoncé revelou em uma entrevista ter psoríase no couro cabeludo. Ela falou sobre o assunto em uma entrevista à revista "Essence", publicada no site no...
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