Contra o preconceito e violência, escolas devem debater questões de gênero

A primeira da série de reportagens mostra a importância de se tratar questões de gênero na escola. O tema marcou o debate dos planos locais de educação este ano

Por Mariana Niederauer, do Correio Braziliense 

A Constituição Federal é clara ao estabelecer o respeito à diversidade como um dos objetivos fundamentais da República. Logo no terceiro artigo é prevista a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor ou idade. Não é o que mostram, no entanto, dados sobre as mais diversas formas de discriminação. Na série de reportagens que começa hoje, o Correio mostrará a importância de se tratar questões como gênero, sexualidade, violência, racismo e inclusão na educação brasileira, para que esses marcadores de diferenças, que existem em qualquer sociedade, não se tornem meios de reproduzir desigualdades e exclusão social.

Especialistas ouvidos pelo jornal avaliam que o ano de 2015 foi marcado por retrocessos no debate sobre gênero. Isso porque o Congresso Nacional e diversas câmaras municipais e estaduais, incluindo a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), impuseram uma série de derrotas para a política de diversidade do país. Uma das principais foi a aprovação do Estatuto da Família — que limita a definição de unidade familiar como aquela formada pela união entre homem e mulher — na Câmara dos Deputados. Além disso, grande parte das unidades da Federação retirou dos respectivos planos de educação os termos identidade de gênero e sexualidade, que já haviam sido cortados do Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2014, quando o texto foi votado na mesma casa legislativa.

Para a professora da Universidade de São Paulo (USP) Cláudia Vianna, especialista em relações de gênero e diversidade sexual nas políticas de educação, o documento, que define as diretrizes da educação no Brasil para os próximos 10 anos, perdeu em qualidade com essa supressão. Ela acredita que as diversas conquistas acumuladas desde a década de 1980 com relação às demandas de valorização das diferenças têm sido ameaçadas por decisões tomadas nas esferas mais altas do legislativo, principalmente na Câmara dos Deputados.

+ sobre o tema

Unicamp prorroga período de inscrições do vestibular até 8 de setembro

A Universidade de Campinas (Unicamp) divulgou na tarde desta segunda-feira...

Estudantes do Rio terão aulas de cultura afro-brasileira

Alunos das redes municipais de ensino poderão participar do...

Prouni 2/2025: prazo de entrega de documentos é prorrogado para dia 18

O Ministério da Educação (MEC) prorrogou até a próxima...

para lembrar

Começam hoje as inscrições para o vestibular da Unesp

As inscrições para o vestibular da Universidade Estadual Paulista (Unesp) estão...

Unicamp prorroga período de inscrições do vestibular até 8 de setembro

A Universidade de Campinas (Unicamp) divulgou na tarde desta segunda-feira...

Estudantes do Rio terão aulas de cultura afro-brasileira

Alunos das redes municipais de ensino poderão participar do...

Prouni 2/2025: prazo de entrega de documentos é prorrogado para dia 18

O Ministério da Educação (MEC) prorrogou até a próxima...

Integração de conteúdos antirracistas em disciplinas escolares fortalecem o ensino da história e cultura afro-brasileira 

A fim de fortalecer o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira e contribuir com a mudança de um cenário preocupante, professoras da...

Mais de 300 mil crianças voltaram para a escola em 8 anos, diz Unicef

Entre 2017 e 2025, mais de 300 mil crianças e adolescentes brasileiros que estavam fora da escola ou em risco de evasão voltaram ao estudo,...