Coordenada por Djamila Ribeiro, coleção Feminismos Plurais é a novidade do Justificando

Reconhecendo a importância do reconhecimento da multiplicidade de vozes, nasce a coleção Feminismos Plurais, parceria da Editora Letramento com o Justificando. Organizada pela Mestre em Filosofia Política e feminista negra, Djamila Ribeiro, a coleção visa abordar em uma série de pequenos livros diversos aspectos e perspectivas dos feminismos, tendo como pilar principal mulheres negras e indígenas e homens negros como sujeitos políticos. Comumente, esses sujeitos são tratados como implícitos ou relegados a condição de “mero recorte” dentro de uma história única e excludente. Feminismos Plurais segue a responsabilidade histórica de romper silêncios.

Do Justificando 

A coleção surge com dois títulos a serem lançados em setembro: “O que é lugar de fala?”, escrito por Djamila Ribeiro e “o que é encarceramento em massa?”, escrito por Juliana Borges, acadêmica na Área de Antroplogia e colunista do Justificando. Os próximos títulos da coleção, com lançamento previsto para 2018, serão: “O que é empoderamento?”, por Joice Berth e “O que é interseccionalidade?”, por Carla Akotirene Santos.

Além disso, serão lançados os próximos títulos: “Intelectuais Negras”, por Giovana Xavier“O que é colorismo?”, por Alessandra Devulsky, “O que é lesbiandade?”, com Jéssica Ipólito“O que é transfeminismo?”, por Maria Clara Araújo“Mulheres amazônidas”, com Thiane Neves“O que é morenidade?”, com Flávia Danielle“O que é racismo estrutural?’, por Sílvio Almeida“O que é masculinidade negra?”, por Túlio Custódio e “O que é intolerância religiosa?”, por Rodney William.

Ainda teremos livros que abordam a questão das mulheres caribenhas, mulheres de povos originários, com autoras especialistas ligados aos temas.

Os textos serão didáticos e acessíveis. O objetivo é introduzir as leitoras e leitores aos temas propostos de modo bem embasado, mas democrático. Serão vendidos em bancas, a preços mais acessíveis e com lançamentos previstos para vários estados do Brasil. Entendendo a linguagem como mecanismo de manutenção de poder, nosso objetivo é multiplicar e disseminar conhecimento para além do âmbito acadêmico.

Outra questão fundamental da coleção é refutar o “epistemicídio”, conceito cunhado por Boaventura Santos, que, resumidamente, significa o assassinato das epistemas e produções de conhecimento que partem de grupos que fogem à norma hegemônica. Sendo assim, além de explicitar conceitos importantes dos feminismos negros e indígenas, as obras terão, em sua bibliografia, uma predominância de referências de pensadores das mais etnias e geografias, incluindo outras geografias da razão.

“Audre Lorde, feminista negra, poeta e escritora disse uma vez: ‘assimilação, dentro de uma história unicamente europeia, não é aceitável’. Esperamos com essa coleção contribuir para o debate do feminismo negro e outras vertentes, mostrando a potência de mulheres negras e indígenas e homens negros”, afirmou a organizadora da coleção, Djamila Ribeiro.

“Para nós, não existe estranhamento em fazer o debate com homens negros, pois se mulheres não são uma categoria universal, homens, tampouco. Não queremos mais ser capítulos em compêndios ou aquelas que são procuradas para participar de uma publicação como coadjuvantes. É uma alegria imensa que a editoria Letramento e o Justificando tenham entendido nossa necessidade histórica por falar na primeira pessoa”, conclui.

A pré venda começa na próxima semana. Quem adquirir neste período receberá o livro com autógrafo das autoras.

+ sobre o tema

Dennis de Oliveira: Sobre as cantadas racistas

Charô Nunes, no final de maio, publicou um texto...

Saiba quem é Mayara Lima, a princesa de bateria que viralizou na internet

Mayara Lima, cujo vídeo ensaiando com a bateria da Paraíso do...

Nota de preocupação e repúdio

Carta Aberta à Drª Gilda Carvalho Ministério Público Federal NOTA DE...

para lembrar

Sessão extraordinária na Câmara vai colocar em votação 7 projetos de Marielle

Na próxima quarta-feira (2) será realizada uma sessão extraordinária...

Pela primeira vez uma mulher negra venceu no Massachusetts. Reagiu assim

Ayanna Pressley está a caminho de ser a primeira...

Mulheres ainda se dividem entre a casa e o trabalho, aponta o IBGE

Mesmo cada vez mais inseridas no mercado de trabalho,...

Uma negra na capa da Playboy

Quando era criança, o mês de maio era celebrado...
spot_imgspot_img

Comida mofada e banana de presente: diretora de escola denuncia caso de racismo após colegas pedirem saída dela sem justificativa em MG

Gladys Roberta Silva Evangelista alega ter sido vítima de racismo na escola municipal onde atua como diretora, em Uberaba. Segundo a servidora, ela está...

O atraso do atraso

A semana apenas começava, quando a boa-nova vinda do outro lado do Atlântico se espalhou. A França, em votação maiúscula no Parlamento (780 votos em...

Uma mulher negra pode desistir?

Quando recebi o convite para escrever esta coluna em alusão ao Dia Internacional da Mulher, me veio à mente a série de reportagens "Eu Desisto",...
-+=