Das folhas que tocam o chão
Todas as vezes em que o Òrun estiver em festa, provavelmente vamos estar nos sentindo órfãs aqui no Àiyé.
Oh! Mãe Stella, quisera o seu Orí, fostes conduzida, novamente, para Orún no dia em que nos, aqui no Aiyé, celebramos a consagração de tua cabeça, Oxossi! Quisera Xango, fazer de ti uma das maiores representatividades negras e uma das maiores defensoras das nossas culturas religiosas afro-brasileiras!
Sois vós, no auge da sua juventude do nonagésimo terceiro ano da sua existência, a grande dama negra que reluz neste dia como a nossa grande Iyalorixa, e agora ancestral.
Fostes mãe, irmã, amiga dentro e fora do teu Egbé e nunca deixou de acolher com sorrisos sinceros os que chegavam até a ti.
Certa vez, li um escritor malinês que assim definiu: “na África, cada ancião que morre é uma biblioteca que se queima”. E com certeza é assim, que todas e todos nós estamos nos sentindo, mas cientes de que tu nos guiará e emanará AXÉ para que possamos, juntos, dar continuidade ao seu legado e mantendo sempre viva e acesa a chama das suas memórias e ensinamentos.
Em cada folha que o sagrado permitir tocar a terra, eu sempre me lembrarei de você, pois simbolizará para todas e todos nós o seu renascimento.
Os meus sinceros votos de condolências à todas as famílias de AXÉ e principalmente ao Ilê Axé Opó Afonjá.
Meu Motumbá!