De 12 milhões de desempregados no primeiro trimestre, 64% eram negros

Enviado por / FonteDa RBA

Desigualdade também se mostra entre homens e mulheres e nas regiões do país, mostra IBGE

A pesquisa do IBGE sobre mercado de trabalho, detalhada nesta sexta-feira (13) após divulgação geral, mais uma vez aponta diferenças significativas entre as unidades da federação, em relação a taxas de desemprego, informalidade e subocupação, entre outros indicadores. No recorte por gênero, o desemprego, por exemplo, de 11,1% na média no primeiro trimestre, cai para 9,1% entre os homens e sobe para 13,7% no caso da mulheres.

Além disso, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostra taxa de 8,9% para pessoas brancas, de 12,9% para pessoas pardas (classificação do IBGE) e de 13,3% para pretas. De acordo com o instituto, dos quase 12 milhões de desempregados no primeiro trimestre, 64,2% eram pretos ou pardos, enquanto os brancos representavam 34,8%. E 59,7% tinham de 25 a 59 anos.

As diferenças se revelam também na questão do rendimento. Para um média no período estimada em R$ 2.548, a dos homens era de R$ 2.787 e a das mulheres caía para R$ 2.219 – diferença de 25,6%. Dos chamados subutilizados, pessoas que gostariam de trabalhar mais, 56% eram mulheres.

O desemprego e a informalidade mostram ainda discrepâncias regionais. Com média nacional de 11,1%, a taxa vai de 6,5% (Sul) a 14,9% (Nordeste). Vai a 8,5% na região Centro-Oeste, também 11,1% no Sudeste e 11,7% no Norte. Entre as UFs, varia de 4,5% (Santa Catarina) a 17,6% (Bahia). É de 10,8% em São Paulo.

Pessoas com ensino médio incompleto têm a maior taxa de desemprego: 18,3%. Entre aqueles com ensino superior completo, cai para 5,6%.

No setor privado, 74,1% tinham carteira assinada, percentual que sobe para 88,2% em Santa Catarina e 82,4% em São Paulo e cai para 47,3% no Maranhão, 51,3% no Pará e 51,4% no Piauí. Mais de um quarto dos ocupados (26,5%) é de pessoas trabalhando por conta própria, índice que varia de 35% a 36% em estados da região Norte. A taxa de informalidade no país é de 40,1%, mas chega a 62,9% no Pará. Em São Paulo, é de 30,5%. 

+ sobre o tema

Lei que amplia o Simples Nacional entra em vigor

A partir de agora, o que determinará se o...

O mercado de trabalho é machista e racista, diz dirigente da CTB

Se as mulheres recebem salários 26% menores que os...

O feminismo das poderosas atrapalha as mulheres comuns?

Atrizes que ganham milhões bradam por igualdade salarial com...

Mercado de trabalho perpetua desigualdade racial, avaliam especialistas

Mercado de trabalho perpetua desigualdade racial, avaliam especialistas Matéria...

para lembrar

Kabengele: Nosso racismo é um crime perfeito

Por Camila Souza Ramos e Glauco Faria Fórum - O...

Heroísmo e discriminação: No passado, as duas faces do militarismo

Embora a história ao longo dos tempos nos tenha...

O Fantasma do Estado: Genocídio e Necropolítica

Em “The Signature of the Sate”, Veena Das discute...

‘A voz das vítimas e das pessoas próximas quase nunca aparece’, diz Roger Raupp Rios

(Jornal do Comércio, 09/09/2014) A abordagem da mídia em...
spot_imgspot_img

Primeira negra no TSE, Edilene Lôbo destaca superação de desigualdades

A primeira ministra negra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edilene Lôbo, participou, nesta quinta-feira (28/9), de sua primeira sessão plenária e ressaltou a importância...

Geledés aborda intolerância religiosa na ONU

Para além das sessões no Conselho de Direitos Humanos, Geledés-Instituto da Mulher Negra participou de reuniões paralelas com diferentes equipes nas Nações Unidas com...

‘Dicionário das Relações Étnico-Raciais Contemporâneas’ convida ao aprendizado

A dimensão étnico-racial vem ocupando lugar essencial para a análise social, política, econômica e cultural do Brasil e se tornou um dos temas mais...
-+=