Em São Paulo, PM assassinou 338 pessoas em oito meses

O mês de agosto foi o mais violento, com 67 mortes. Números da assessoria da PM contradizem os que foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública

José Francisco Neto

De janeiro a agosto deste ano, a Polícia Militar do Estado de São Paulo matou 338 pessoas, uma média de 42 mortes por mês. Os números foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP/SP) na quinta-feira (4).

De acordo com levantamento feito pelo Brasil de Fato e confirmado pela assessoria de imprensa da PM, até julho o total de mortos era de 271. Isso significa que o mês de agosto registrou 67 mortes cometidas pela Polícia, 80% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Em 2011, o número de pessoas assassinadas pela polícia nos oito primeiros meses foi de 309. Este ano, com 29 mortes a mais, o mês de agosto foi o mais violento, em seguida vem o mês de maio, quando foram registradas 52 mortes, de acordo com os dados divulgados no Diário Oficial do Estado de São Paulo.

A SSP/SP alega que essas pessoas foram mortas em confrontos com policiais militares. Já a PM ressaltou que em 83% das ocorrências de gravidade os criminosos, rendidos, são detidos ilesos.

Contradição

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou na quinta-feira (4) que foram 37 pessoas mortas em “confrontos” com policiais militares no mês de agosto. Os números contradizem a pesquisa feita pela reportagem juntamente com a assessoria da PM.

Se fosse realmente 37 o número de homicídios causados pela PM, o total não chegaria a 338, conforme divulgado pela própria secretaria, mas sim 308.

Para buscar explicações sobre os números contraditórios, a reportagem do Brasil de Fato entrou em contato com a assessoria de imprensa da PM na quinta-feira. Mas, após cinco dias, não recebeu retorno.

A reportagem também procurou a Secretaria de Segurança Pública para esclarecer o caso. A SSP, por sua vez, encaminhou o pedido para a Polícia Militar que, procurada mais uma vez pelo Brasil de Fato, não soube explicar.

 

 

Fonte: Brasil de Fato 

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