Desde os primórdios do Hip Hop as mulheres tiveram que lutar por espaço e para que suas verdades, opiniões e pensamentos fossem igualadas as dos homens. Porém, a cultura assim como outras diversas, valorizou mais a figura do homem durante a sua trajetória.
Por Felipe Chagas Do Rap Nacional Download
É extremamente comum conhecermos muito mais MC’s homens do que mulheres ao longo da história do Rap e do Hip Hop. Entretanto, esse fato não muda o de que sempre existiram muitas rappers de altíssima qualidade, mesmo em menor número. Ainda que no seu início o Rap estadunidense abriu as portas para a representação feminina de forma mais ampla que o Brasil, no qual temos pouquíssimos registros de gravações.
A golden era trouxe aos Estados Unidos uma infinidade absurda de rappers, enquanto o Rap brasileiro ainda engatinhava no quesito representatividade feminina. Porém, a coisa mudou a partir dos anos 2000 por aqui, quando muitas mulheres de destaque surgiram e mantém a representatividade até hoje.
Atualmente, vemos a ascensão feminina dentro da cena Hip Hop mais do que nunca, mesmo que ainda lutando contra preconceitos e limitações.
Aqui irei pontuar as rappers que se destacaram nos Estados Unidos e Brasil década por década. Penso que essa lista possa servir de referência a todas minas que pensam em entrar ou já entraram para o Rap. Referência é tudo, principalmente quando falamos de uma cultura tão sensacional como o Hip Hop.
Anos 80
Os anos 80 marcaram o “boom” do Rap e da cultura Hip Hop. Em todos os lugares a música com batida marcante, rimas e mixadas com clássicos do funky e disco music ganhava espaço. A ascensão veio principalmente com grupos como Run DMC, PublicEnemy, Sugarhill Gang, MC Hammer, Kurtis Blow, Whodini, Grand Master Flash and The Furious Five, Afrika Bambaattaa & Soulsonic Force entre outros diversos.
Porém, grandes mulheres apareceram na cena também no decorrer da década, principalmente no final dela. Vale salientar uma curiosidade histórica: Blondie, foi a responsável pela primeira junção de Rock e Rap que se tem registro. Mesmo não sendo rapper, a loira decidiu homenagear Grand Master Flash e o Hip Hop na música “Rapture“. A track traz um mix de guitarras, saxofone, uma batida dançante característica do início do Rap e Blondie arriscando alguns versos rimados. Após essa mistura histórica, tivemos Aerosmith e Run DMC no eterno clássico “Walk This Way“.
Sha Rock foi uma das primeiras MC’s e B.Girl’s que se tem registro. Começou junto ao grupo Funky 4+1, que consistia em quatro MC’s homens e uma mulher. Foi, com certeza, uma das mulheres pioneiras do Rap e era integrante da Zulu Nation.
Em 1985 Roxanne Shanté emplacou seu hit “Roxanne Revenge“, tornando-se outra referência do Rap da década. Lançou três Cds e diversos singles durante sua carreira.
Em 1985 surgiu o primeiro grupo formado totalmente por mulheres, o histórico Salt N Pepa do hit “Push It“. O trio era formado inicialmente por Cheryl James (Salt), Sandra Denton (Pepa) e Layota Hanson, que foi substituída logo mais por Deidra Roper (Dj Spinderella).
Mc Lyte foi uma das mulheres pioneiras no Hip Hop, sendo a primeira a gravar um CD solo em 1988 chamado “Lyte As A Rock“. Foi também a primeira rapper a receber um disco de ouro, com a marca de mais de 500 mil unidades do seu álbum vendidas. Emplacou o hit “Poor Georgie“, entre outros.
Queen Latifah foi também uma das principais rappers do período. Atingiu seu auge nos anos 90, dividindo a sua carreira na música com a TV e o cinema. Seu primeiro álbum foi lançado em 1989 e o clássico “U.N.I.T.Y” foi um dos trabalhos mais conhecidos da MC.
The Real Roxanne obteve notoriedade após o seu hit “The Real Roxanne“, gravando seu primeiro álbum em 1988.
Do final da década é importante citar também o primeiro grupo de Missy Elliotchamado “Sista” junto com LaShawn Shellman, Chonita Coleman e Radiah Scott.
Dos anos 80 vale citar também Antoinette, JJ Fad, She Rockers, Lady B, Tanya Winley e Sparky D.
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