Às vésperas de completar dois anos da morte do menino Miguel, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) condenou, na terça-feira (31), Sarí Corte Real a oito anos e seis meses, por abandono de incapaz com resultado de morte, e, nesta quarta-feira (1º), Mirtes Renata convocou uma coletiva de imprensa para comentar sobre o caso.
“Não estou satisfeita com o tempo que foi dado de prisão pra ela. Por mim, teria prisão perpetua, mas, infelizmente, aqui no Brasil não tem isso, então, oito anos e seis meses pra mim é muito pouco. Era pra ter pego a máxima, que é 12 anos. Então, meus advogados vão recorrer”, disse Mirtes na sede do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (GAJOP).
Ainda durante a coletiva, Mirtes afirmou não estar satisfeita com a possibilidade de Sarí recorrer em liberdade. “Essa sentença é uma parte da nossa vitória, porque só vamos estar satisfeitos mesmo quando Sarí estiver atrás das grades. Essa é a justiça que eu quero”, comentou. Ela estava acompanhada de seus advogados, familiares e organizações sociais parceiras, como a Articulação Negra de Pernambuco (ANEPE) e o GAJOP.
Em lembrança aos 2 anos da morte de Miguel, haverá um ato nesta quinta-feira (2) que marcará a continuação da luta pela #JustiçaporMiguel. O ato iniciará às 6h30, na Ponte da Boa Vista, mais conhecida como Ponte de Ferro.
O caso
Em junho de 2020, o Miguel Otávio, que tinha apenas cinco anos de idade, caiu do 9º andar do prédio onde a mãe trabalhava como empregada doméstica em um condomínio centro do Recife.