Geledés desenvolve o projeto autoproteção digital para meninas e mulheres negras

16/12/25
Iniciativa busca enfrentar o racismo e a misoginia no ambiente digital contra meninas e mulheres negras.

Geledés – Instituto da Mulher Negra, com o apoio da Luminate, desenvolve nova iniciativa em defesa dos direitos de meninas e mulheres negras. Dessa vez, com foco no fortalecimento da soberania tecnológica e a utilização da inteligência artificial como instrumento de proteção entre as mulheres.

Em razão da expressiva disseminação de discursos de ódio nas redes, com destaque especial para ataques racistas e misóginos contra mulheres, em particular meninas e mulheres negras, o projeto se torna necessário e urgente.

Discurso de ódio contra mulheres e negros estão entre os principais crimes praticados nas plataformas digitais, espaço considerado estratégico para a propagação de desinformação e ofensas. A violência de gênero é dirigida para todas as mulheres, mas a carga de ódio é aumentada para as negras, transexuais, lésbicas e indígenas.

Apesar de contarmos com uma legislação específica sobre o tema, a Lei nº 12.965/2014, que instituiu o Marco Civil da Internet (MCI) e estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil, o dispositivo não tem sido suficiente para inibir o crescimento da violência contra este grupo no ciberespaço. 

Hoje, a web é um campo propício para propagar ameaças de violência física e sexual, humilhação e coerção, tornando o mundo online um espaço de violação dos direitos humanos das mulheres e de discursos que desqualificam as reivindicações por políticas públicas, equidade racial e de gênero. 

Outra face da violência é a naturalização do discurso de ódio contra meninas negras nas redes sociais. Elas enfrentam campanhas de difamação, insultos racistas, deepfakes sexuais e incitação ao suicídio. São violências de natureza misógina e racial, em um contexto em que a impunidade, o anonimato e a falta de regulação das plataformas contribuem para a continuidade dos ataques. 

O projeto se alinha com a urgência da defesa dos direitos humanos das mulheres negras, da ampliação dos mecanismos de controle e por uma vigilância da propagação do racismo e da misoginia nos meios digitais. Além disso, a iniciativa busca fortalecer  a autonomia tecnológica das mulheres negras e, principalmente, incorporar  a inteligência artificial como um instrumento de proteção entre as mulheres.

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