Gerson Carneiro, sobre coice em sem-teto dormindo: “Pensei estar vendo cena de filme sobre o nazismo em Berlim. Só que é São Paulo em 2016″; veja o vídeo

Primeiro, assista a este vídeo. São apenas 7 segundos.

Por Conceição Lemes Do Viomundo

YouTube video

Estarrecedor, mesmo!

Aconteceu na última sexta-feira, 7 de outubro de 2016, em plena luz do dia, no centro da cidade de São Paulo, mais precisamente numa rua perto da Praça da República.

Casualmente, Maicon Campos estava próximo. Gravou e postou na sua página, junto com esta mensagem:

6-img-20161009-wa0003

Neste domingo, às 9h, Gerson Carneiro republicou na sua págima. Já tem mais de 62 mil compartilhamentos e 2,4 milhões de visualizações.

Indignado, ele me mandou o vídeo, conversamos a respeito.

“Pensei estar vendo cena de filme sobre o nazismo em alguma rua de Berlim, na década de 1940. Não. É São Paulo em 2016!”, compara.

“Certamente a causa é ódio, fomentado por reacionários via imprensa partidária, nestes tristes tempos”, opina.

“Esse sujeito não chuta apenas um morador de rua. Chuta também as políticas públicas capazes de melhorar a vida do morador de rua”, atenta.

Imediatamente, recorre a Ariano Suassuna, em O Auto da Compadecida, relembra um momento antológico: “Jesus às vezes se disfarça de mendigo para testar a bondade das pessoas”.

O post já tem 544 comentários. A esmagadora maioria condenando a atitude fascista.

Mas um particularmente chamou a atenção de Gerson. É este abaixo. Chocou-o, na verdade.

img-20161009-wa0015-001

Felizmente, na sequência, Vanda Santos rebateu à altura.

2-img-20161009-wa0007

Gerson foi atrás do perfil de Maria Lúcia Avils para tentar entender melhor a reação dessa senhora que, diante da cena, ignorou o fascismo do ataque e prejulgou o sem-teto.

“Não me surpreendi, ela é da ‘República de Curitiba’”, observa. “Tristes tempos, mesmo!”

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...