Google e justiça do Rio tiram do ar o preconceito e intolerância contra religiões de origem africana e garantem a liberdade de culto

por 

Na última sexta, 27, o Google tirou do ar 15 vídeos do Youtube que ofendiam, disseminavam preconceito, intolerância e discriminação contra religiões de origem africana. A decisão partiu do Tribunal Regional Federal do Rio (TRF2). O desembargador federal Reis Friede afirmou que “a veiculação de vídeos potencialmente ofensivos e fomentadores do ódio, da discriminação e da intolerância contra religiões de matrizes africanas não corresponde ao legítimo exercício do direito à liberdade de expressão”.

A Procuradoria Regional da República também entrou com recurso no tribunal para que o Google armazene data, hora, local e número do IP dos usuários responsáveis pela divulgação dos vídeos. O objetivo é que no futuro as informações possam ser utilizadas em investigações de casos semelhantes a esse.

O caso tomou proporções ainda maiores devido a um incêndio num barracão de candomblé em Duque de Caxias no mesmo dia da divulgação da remoção dos conteúdos. Nos últimos seis anos esse foi o sexto atentado contra a casa e sua dona, a mãe de santo Conceição D’Lissá, que já foi vítima também de tentativa de homicídio.

O debate em torno do caso esquenta com a discussão do que é de fato garantir a liberdade de expressão. No caso esta liberdade foi tolhida exatamente pela publicação de conteúdos contendo discurso de ódio. A liberdade de culto é um direito garantido pela constituição brasileira e este direito está sendo ameaçado tanto no mundo virtual, por vídeos que estimulam a intolerância, como no mundo real por atentados e incêndios criminosos.

Fonte: Catraca Livre

+ sobre o tema

Polícia conclui que Seu Jorge foi alvo de racismo no RS, mas não identifica autores

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu o caso...

Embu das Artes terá ato contra o Racismo

Na madrugada do último dia 17 de março, Ivan...

OAB vai apurar conduta de advogado que disse que mulher negra não tinha perfil de gerente

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Ribeirão Preto...

Indiano é acusado de racismo após lançar creme que clareia a vagina

    Um jovem casal indiano - de pele bem clara,...

para lembrar

Pedido de retirada de vídeos ofensivos a religiões afro-brasileiras vai ao Ministério Público Federal

Por:  Michele da Costa Manifestação de membros de comunidades tradicionais...

Morre aos 78 anos Pai Euclides, fundador da Casa Fanti Ashanti

Euclides Menezes Ferreira ou Pai Euclides Talabyan, como é...
spot_imgspot_img

Umbanda completa 115 anos em meio à intolerância religiosa

O Dia Nacional da Umbanda será comemorado neste 15 de novembro, mas existe uma questão forte a enfrentar. A intolerância religiosa é uma preocupação...

Emancipa Axé discute o que as comunidades de matriz africana podem fazer na luta antirracista

Um encontro no próximo dia 15 de novembro, feriado de Proclamação da República, vai debater o papel das comunidades de matrizes africanas na luta...

Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra da OAB SP faz audiência pública sobre o uso de vestimentas religiosas nos ambientes de justiça

Nesta terça-feira (13), a Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil da OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil, Seção São Paulo)...
-+=