Grafites no centro do Rio homenageiam atletas da Equipe Olímpica de Refugiados

Grafiteiros Cety Soledade (esq.) e Rodrigo Sini, em frente ao muro que homenageia os dez atletas da Equipe Olímpica de Refugiados. Foto: ACNUR/L.F.Godinho

A obra foi encomendada pelo projeto GaleRio, ligado à prefeitura municipal. Em um dos principais pontos turísticos da cidade, o grafite eterniza o rosto e o olhar dos dois nadadores sírios, dos dois judocas congoleses, do maratonista etíope e dos cinco corredores sul-sudaneses que compõem a Equipe Olímpica de Refugiados.

no ONUBr

A histórica participação de refugiados nos Jogos Rio 2016 continuam inspirando o público além das competições olímpicas. Desta vez, dois artistas cariocas grafitaram fotos dos dez integrantes da inédita Equipe Olímpica de Atletas Refugiados em um muro na renovada área do centro da cidade conhecida como “Porto Maravilha”.

O trabalho foi encomendado pelo projeto GaleRio, ligado à prefeitura municipal. Em um dos principais pontos turísticos da cidade, a obra eterniza o rosto e o olhar dos dois nadadores sírios, dos dois judocas congoleses, do maratonista etíope e dos cinco corredores sul-sudaneses que compõe a equipe.

“Está sendo uma honra participar deste projeto. Os atletas são os verdadeiros campeões destas olimpíadas: pela garra, pela determinação e pela coragem que tiveram ao abandonar seus países, largarem tudo, fugir da guerra e recomeçar. Tenho o máximo de respeito por eles”, afirma Rodrigo Sini, um dos artistas envolvidos na grafitagem do muro.

O grafiteiro Cety Soledade, também envolvido na produção do mural, revela que a história de cada um dos atletas serviu de inspiração para seu trabalho no muro. “Nosso grafite é um trabalho de inclusão, pois a questão dos refugiados é um tema social, pelo que eles passaram e ainda passam. Espero que a obra possa sensibilizar as pessoas sobre esta causa”.

O muro fica na recém-inaugurada Praça Muhammad Ali, um ícone do esporte mundial e também um exemplo para várias gerações de esportistas— principalmente os boxeadores.

Para Cristine Nicolay, coordenadora do GaleRio, o painel vai além da homenagem aos refugiados: “seu objetivo é encorajar pessoas do mundo inteiro a correr atrás de seus sonhos”. “Para o GaleRio, não haveria instrumento mais inspirador do que a arte urbana para deixar um legado de regeneração em uma das áreas mais visitadas do Rio atualmente”.

A Equipe Olímpica de Atletas Refugiados é uma iniciativa do Comitê Olímpico Internacional que conta com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). As duas organizações atuam juntas há mais de 20 anos, promovendo os esportes como uma ferramenta de desenvolvimento e bem-estar dos refugiados, particularmente em relação às crianças.

Os dez integrantes da equipe foram afetados por guerras e conflitos em seus países de origem e tiveram que abandoná-los, buscando proteção além das fronteiras de sua terra natal. Eles encontraram refúgio na Alemanha, Bélgica, Brasil, Luxemburgo e Quênia.

Os rostos dos dez atletas ficarão expostos de forma permanente. “A ideia é ficar aqui, como uma exposição e como um patrimônio”, disse Cety Soledade. “Este é um legado que fica para a cidade do Rio, assim como a Equipe de Atletas Refugiados é um legado das Olimpíadas para todo o mundo”, avaliou Rodrigo Sini.

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