Um protesto contra o racismo em um grupo no Facebook de alunos do curso de direito da PUC-Campinas reuniu pelo menos 70 pessoas na noite desta quarta-feira (15), no campus do Centro da cidade. O grupo fez um varal no pátio dos Leões com parte das mensagens ofensivas que foram publicadas na rede social.
No G1
O ato começou por volta das 19h no pátio principal do campus. Os manifestantes utilizaram cartazes, faixas e um megafone para declamar palavras de ordem contra as ofensas racistas e exigir que a universidade se posicione e investigue o caso.
“A nossa luta é pra valer, se não punir a Puccamp vai tremer” e ” machistas, racistas não passarão“, foram parte das palavras de ordem cantadas pelos estudantes. O ato teve participação do coletivo Raízes da Liberdade, da Unicamp, e de alunos de direito, psicologia, pedagogia, administração, entre outros cursos da PUC.
Houve, ainda, uma passeata pelos corredores do prédio até o Salão Nobre, onde o ato continuou. Parte dos alunos que estavam no auditório se levantaram e aplaudiram as reivindicações expostas pelos manifestantes. As aulas no período noturno não foram canceladas.
Cobrança
O ato serviu para cobrar um posicionamento institucional da universidade contra o racismo e que o caso fosse investigado. Segundo uma das manifestantes, Cristiane Anizeti, a proposta é que a universidade admita que as ofensas existiram. “Não é caça as bruxas, mas queremos que a PUC busque estratégias para combater o racismo dentro da universidade”.
Já para o estudante de direito Benedito Pereira Lima, de 27 anos, houve uma generalização do caso, que seria isolado. “Estão no direito deles de protestarem, mas estão generalizando uma faculdade inteira com base em um ou dois alunos”, argumentou.
O caso
A universidade apura a denúncia de racismo feita contra alunos do curso de direito. Os estudantes usaram um grupo no Facebook, chamado Direito PUC-Campinas, para publicar comentários e fotos com alusão à organização racista Ku Klux Klan e insultos após uma aluna reclamar da divisão de gêneros nas aulas de futebol, em uma postagem de 27 de março, e ser defendida por um aluno negro. Com a polêmica, parte do conteúdo foi apagado.
PUC-Campinas
Em nota enviada no início da tarde desta quinta-feira (16), sobre a manifestação, a universidade disse que “respeita o direito de liberdade de expressão dos alunos e destaca que a ação ocorreu dentro da normalidade”.
A PUC afirmou, ainda, que repudia todo e qualquer ato ou manifestação preconceituosa nos campi. “O grupo citado é público e não gerenciado/moderado pela Universidade. Portanto, trata-se de uma página não oficial. A PUC-Campinas é responsável pelo endereço www.facebook.com/puccampinas, este sim, de responsabilidade do Departamento de Comunicação Social da Universidade.”, informa a nota.