No país da desigualdade e do racismo genocida, o Dia da Consciência Negra começa assim: abrindo os jornais, tomamos conhecimento de que João Alberto Silveira Freitas, um homem negro, morreu espancado por seguranças terceirizados de um supermercado multinacional – o Carrefour.
Trata-se, sem dúvida, de um assassinato criminoso, que deixa um rastro de dor e trauma para quem fica e luta. Mas devemos ter a responsabilidade de olhar além. No caso em questão, o que grita é um padrão: o padrão racista de uma sociedade que dirige violência moral, física e simbólica contra a sua população negra cotidianamente. Não se trata de um “caso isolado”, há um histórico de violência racista – e, portanto, criminosa – dentro da mesma cadeia de supermercados Carrefour.
As redes, organizações e movimentos abaixo assinados solidarizam-se com a família de João Alberto e com todas as pessoas negras de nosso país, sujeitas diariamente à violência ocasionada pelo racismo.
O racismo, apesar de ser crime, é estrutural no Brasil, e precisamos agir estruturalmente para combatê-lo – por meio de ações afirmativas e de reparação, além da adoção de outras políticas públicas que combatam a desigualdade racial. Mas o racismo estrutural se manifesta também individualmente. Quem sofre essa violência são pessoas, e são pessoas que a cometem.
Por isso, clamamos todas as cidadãs e cidadãos do Brasil a se unir ao movimento negro em sua luta de séculos pelo fim do racismo. Exigimos que providências jurídicas sejam tomadas contra os seguranças que mataram João Alberto e contra quem assistiu ao crime sem nada fazer. Exigimos que o Carrefour seja responsabilizado pelas ações de seus prepostos que estão matando pessoas negras. Exigimos que os acionistas do Carrefour se posicionem e exijam políticas afirmativas internas que promovam o antirracismo em todos os âmbitos da empresa.
A adesão da sociedade civil como um todo a essa pauta é fundamental pois, como salienta a Coalizão Negra Por Direitos, enquanto houver racismo não haverá democracia.
Assinam esta nota:
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Ação Brasileira de Combate às Desigualdades
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Ação Educativa
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Articulação Justiça e Direitos Humanos – JusDh
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ARTIGO 19
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Associação Brasileira de ONGs, Abong
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Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME
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Associação Cidade Escola Aprendiz
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Associação Escola da Cidade
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Avante – Educação e Mobilização social.
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Bancada Ativista
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Campanha Nacional pelo Direito à Educação
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Casa da Cultura da Baixada Fluminense
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Cátedra Paulo Freire da Amazônia
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Católicas pelo Direito de Decidir
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CEBI – Centro de Estudos Bíblicos
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CECUP-Centro de Educação e Cultura Popular
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CEERT – Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades
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Central de Cooperativas Unisol Brasil
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Central de movimentos Populares – CMP
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Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza
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CFEMEA – Centro Feminista de Estudos e Assessoria
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Coletivo Professores Contra o Escola Sem Partido
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Comissão Brasileira de Justiça e Paz
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Comitê da América Latina e do Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres (CLADEM Brasil)
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Conectas Direitos Humanos
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Conselho de Educação Popular da América Latina e do Caribe (CEAAL)
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Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC
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Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE)
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Deise Benedito- Mestre em Direito e Criminologia UnB.
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Delibera Brasil
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DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
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ENFOC – Escola Nacional de Formação da Contag.
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Escola de Ativismo
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FAOR – fórum da Amazônia oriental
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Fórum Baiano de Economia Solidária
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Fórum Ecumênico Act Brasil – FE ACT BRASIL
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Fórum Nacional da reforma Urbana – FNRU
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Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito
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Frente Nacional em Defesa do SUAS
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Fundação Avina
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Fundação Luterana de Diaconia – FLD
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Fundação Tide Setubal
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Gambá- Grupo Ambientalista da Bahia
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Geledés – Instituto da Mulher Negra
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Girl Up Brasil
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Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Superior GEPES UNIR
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Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão sobre Crianças, Adolescentes e Famílias (GCAF/UNIFESP)
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Ibase
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Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
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INESC Instituto de Estudos Socioeconômicos
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Instituto Cidades Sustentáveis
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Instituto de Defesa do Direito de Defesa – IDDD
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Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos – IDDH
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Instituto de Referência Negra Peregum
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Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
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Instituto Ibirapitanga
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Instituto Paulo Freire
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Instituto Pólis
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Instituto Socioambiental- ISA
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Instituto Sou da Paz
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Instituto Talanoa
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Instituto Terramar
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Instituto Unibanco
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Instituto Vladimir Herzog
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Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
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Movimento Educação Democrática
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Núcleo de Ciências Humanas da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR
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Núcleo Educação em Direitos Humanos e prevenção de violências – ESS/UFRJ
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Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA).
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PAD – Processo de Articulação e Diálogo entre Agências de Cooperação 86e Parceiros Brasileiros
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Plataforma DHESCA
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Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político
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Política eu me importo e participo – Parintins (AM)
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ponteAponte
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RBdC – Rede Brasileira de Conselhos
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Rede Conhecimento Social
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Rede de Pesquisa sobre Pedagogias Decoloniais na Amazônia
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STAP – Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública Municipal de Guarulhos
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Terra de Direitos
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Transparência Capixaba
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Transparência Eleitoral Brasil
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Uneafro Brasil
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URBEM – Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole
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Vida Brasil
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Viração Educomunicação