Jovem vai para UTI com trombose cerebral por pílula anticoncepcional

Em relato no Facebook, Juliana Pinatti conta que tomava a medicação há cinco anos e nunca fora alertada; especialista indica exames prévios para evitar problemas com a pílula

Por  Marianna Holanda

Do Correio Braziliense 

Uma jovem do interior de São Paulo foi parar na UTI depois de uma trombose venosa cerebral, causada pelo uso de anticoncepcionais. Ela contou sua história em um desabafo nas redes sociais, nesta terça-feira (2/8). O texto teve mais de 40 mil compartilhamentos e 130 mil curtidas.

“Foram três dias dentro da UTI, e um total de quinze dias de internação. A causa era mesmo o anticoncepcional, um remédio que era pra estar me ajudando, mas que ali poderia ter me causado uma sequela irreparável ou até mesmo algo pior”, relatou Juliana Pinatti. Ela foi ao hospital com ajuda dos pais, já que acordou no dia sem conseguir se mexer direito e com muita dor de cabeça e confusão mental.

Depois de uma ressonância magnética e remédios para dor de cabeça, o diagnóstico foi trombose venosa cerebral. Esta foi a segunda ida da moça ao hospital: na primeira, a médica que a atendeu lhe receitou analgésicos para enxaqueca e a mandou para casa, sem ter feito nenhum exame.

“Cinco anos de YAZ, três ginecologistas diferentes, e nenhum me alertou sobre a trombose, mesmo perguntando a respeito. Nenhum falou que seria um risco”, reclamou a jovem. “Não tenho histórico familiar, não sou fumante, e os exames de sangue estavam normais, não tinha predisposição a ter trombose.”

 

Especialista
De acordo com o ginecologista Cláudio Albuquerque, há uma relação comprovada entre a pílula anticoncepcional e a trombose, e vários fatores podem desencadear a doença, como predisposição genética, obesidade, anemia ou varizes.

Um fator importante é o tipo de pílula anticoncepcional. “A primeira coisa que eu faço quando uma paciente quer tomar um anticoncepcional com hormônios é fazer exames. Não apenas físicos, como de sangue, mas também clínico, ver os hábitos de vida da pessoa”, explica Albuquerque. Segundo o médico, há dois tipos de pílulas no mercado atualmente: a que tem apenas progesterona, e o que tem progesterona e estrogênio. Essa última composição é a mais comum, mas o estrogênio é o hormônio que inibe a ovulação e tem alguns efeitos trombogênicos.

No entanto, ele também ressalta que não há necessidade para pânico: “Tem relação sim entre trombose e a pílula, mas não é comum.” A recomendação, de acordo com o médico, é que uma mulher nunca comece a tomar o anticoncepcional sem realizar todos os exames prévios.

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