Jovens foram perseguidos antes de serem executados no Maranhão, diz delegado

Joanderson da Silva Diniz, 17 anos; Gustavo Feitosa Monroe, 18 e Gildean Castro Silva, 14 anos, foram encontrados mortos na zona rural de São Luís — Foto: Montagem/G1 MA

De acordo com o delegado Lúcio Rogério Reis, as vítimas teriam sido cercadas em uma área de matagal e um disparo teria sido ouvido. Jovens foram encontrados mortos na sexta (4).

Do G1

Joanderson da Silva Diniz, 17 anos; Gustavo Feitosa Monroe, 18 e Gildean Castro Silva, 14 anos, foram encontrados mortos na zona rural de São Luís — Foto: Montagem/G1 MA

Os três jovens que foram executados na sexta-feira (4) no bairro Coquilho, zona rural de São Luís, teriam sido perseguidos no interior do condomínio ‘Minha Casa, Minha Vida’, pela equipe de vigilância do local. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (7) pelo delegado Lúcio Rogério Reis, da Superintendência de Homicídios e Proteção a Pessoa (SHPP).

De acordo com o delegado, as vítimas teriam sido cercadas em uma área de matagal e um disparo teria sido ouvido. Até o momento, 12 pessoas já foram ouvidas e a expectativa é de que ainda nesta segunda os nomes dos principais suspeitos sejam divulgados. Dentre as pessoas que prestaram depoimento estão um vigilante e um policial militar.

“O que a gente tem é a dinâmica do crime já estabelecida, ao que parece os três rapazes foram perseguidos no interior do condomínio ‘Minha Casa, Minha Vida’, pela equipe de vigilância da empresa, que conseguiu cercar eles em uma área de matagal. Houve um disparo, pelo menos é o que afirmam as pessoas que já vieram aqui depor, que seria um disparo de advertência. E depois disso as versões cessam, as pessoas não sabem mais o que aconteceu, mas o que a gente sabe é que os jovens foram executados com tiros de pistola p.40, na região da nuca”, explicou o delegado.

Durante o depoimento do policial militar, o delegado Lúcio Rogério Reis afirmou que ele apresentou uma versão diferente do que a empresa de vigilância do condomínio havia dito e confirmou que ele, mais três policiais e um agente penitenciário faziam parte da equipe de segurança, coordenando as equipes de vigilância.

“Foram ouvidas várias pessoas como o vigilante, o policial militar apresentou uma versão diferente do que a empresa falou, e disse que não havia policiais militares fazendo a segurança para a empresa no local. Este policial confirmou que ele, mais três PMs e um agente penitenciário, faziam a segurança coordenando as equipes de vigilância. Não ficou comprovado que eles estavam armados, mas ao que parece somente os policiais e os agentes penitenciários tinham armas”, disse.

Os depoimentos das testemunhas afirmam que os jovens estavam indo para uma área de banho próximo ao condomínio, mas ainda não foi comprovado que eles teriam envolvimento com algum delito. A equipe de vigilância do local já vinha tendo uma série de conflitos com os moradores da região, que usavam as dependências do condomínio para ter acesso ao mangue.

Os investigadores aguardam o resultado dos exames clínicos feitos nas vítimas para poder confirmar se os jovens foram torturados antes de serem executados.

“Parece que como a família falou eles estariam indo para uma área de banho e já havia alguns conflitos com a segurança armada que começou a funcionar há cerca de dois meses e algumas pessoas do condomínio que usavam lá para ter acesso a uma área de banho e de mangue. Essa questão que eles pegariam algo ou praticando algum delito, isso não foi comprovado. Afinal, as únicas pessoas que poderiam confirmar algo nesse sentido todas negam, as que foram ouvidas, que teriam contato com esses adolescentes”, finalizou.

Jovens foram encontrados em área próxima a construção de casas do ‘Minha Casa, Minha Vida’ no bairro Coquilho. — Foto: Reprodução/TV Mirante

Triplo assassinato
Os jovens Gildean Castro Silva, de 14 anos, Gustavo Feitosa Monroe,18, e Joanderson da Silva Diniz,17, foram assassinados em uma região de mato no bairro Coquilho, zona rural de São Luís. A princípio, segundo a polícia, todos foram mortos por arma de fogo com tiros na nuca. A primeira suspeita é de que vigilantes de uma área de construção da região teriam cometido o crime.

Os corpos de Gustavo Feitosa Monroe e Joanderson da Silva Diniz foram enterrados na manhã deste sábado (05) e Gildean Castro Silva foi enterrado a tarde no cemitério que fica localizado na própria comunidade do Coquilho. No sábado (5), o Secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, afirmou que pelo menos dois policias possuem ligação com os vigilantes da empresa.

Familiares e amigos acompanharam o sepultamento dos corpos de Gustavo Feitosa Monroe e Joanderson da Silva Diniz em São Luís — Foto: Douglas Pinto/TV Mirante
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