Lá na Laje retorna ao Sesc Pompeia com autoras negras e indígenas

Entre as convidadas confirmadas estão Cidinha da Silva, Eliana Alves Cruz, Igiaba Scego, Futhi Ntshingila, Mirta Portillo, Porsha, entre outras 

Por Jessica Balbino, Enviado para o Portal Geledés

Capa de divulgação do projeto- vários recortes que formam um rosto
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Depois de um ano de ações, sob curadoria da jornalista Jéssica Balbino, o clube Lá na Laje retoma as atividades no Sesc Pompeia a partir do dia 26 de junho às 19h30. Com o tema “Resistência, substantivo feminino”, o novo ciclo debate as formas de resistência na literatura e propõe um intercâmbio entre autoras brasileiras e de diferentes partes do mundo, privilegiando as produções feitas por pessoas negras e indígenas.

O primeiro encontro recebe a romancista Eliana Alves Cruz, do Rio de Janeiro, autora dos livros “Água de Barrela” e “O crime do cais do valongo” e Cidinha da Silva, autora de mais de 10 títulos, entre eles “#ParemdeNosMatar”, “Um exu em Nova York” e “Exuzilhada”. O bate-papo, que recebe o nome de “Paraísos Artificiais”, conversa sobre quais são nossos paraísos nesta vida? Como a literatura feita pelas autoras cria, ora lugares de desconforto, ora de refúgio? Como podemos viver em um paraíso tropical e também artificial e como o país pode servir de matéria-prima para estas histórias, que reúnem contos, crônicas, trazem pesquisa história e denunciam o lado sinistro que existe por trás dos crimes de racismo na construção do Brasil, passando pela escravidão, exploração sexual e crimes contra a vida das pessoas negras.

Além deste tema, se entrelaçam outras conversa sobre ditaduras, violência, voz, corpos, religião, temas LGBTQi+, afeto, ancestralidade, entre outros, que ocorrerão em encontros que vão de junho a novembro. Para os próximos encontros estão confirmados nomes como Mirta Portilla (Cuba),  Porsha Olayiwola (EUA), Igiaba Scego (Itália), Futhi Ntshingila (África do Sul) e as brasileiras Bell Puã (Recife), Fabiana Lima (Bahia), Raquel Oliveira (Rio de Janeiro),  Cláudia Canto (São Paulo) Eliane Potiguara (Rio de Janeiro) e Dona Jacira (São Paulo).

A ideia é que, por meio desses encontros, também aconteça a difusão de novas vozes na literatura. “Estou muito feliz em fazer esta segunda etapa do projeto neste ano. Estamos num momento em que precisamos discutir sobre os temas propostos e promover o intercâmbio entre autoras de diferentes partes, com diferentes tipos de produção é uma forma de expandir o olhar para além do que estamos habituados”, disse Jéssica Balbino.

Conheça as convidadas desta edição

Cidinha da Silva

Cidinha da Silva- mulher negra de dreads, vestindo camiseta colorida e óculos de grau- sentada
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Cidinha da Silva é mineira de Belo Horizonte, formada em história, foi presidente do Geledés – Instituto da Mulher Negra e publicou as obras “Cada Tridente em seu lugar”, “Você me deixe, viu? Eu vou bater meu tambor”, “Sobre-viventes”,  “Oh margem! Reinventa os rios”, “Racismo no Brasil e afetos correlatos”, “Baú de miudezeas, sol e chuva”, “Parem de nos matar” e “Exú em Nova York”,  sendo que algumas delas foi pela editora Kuanza, do mesmo instituto que fundou e preside. Cidinha organizou também a coletânea Africanidades e relações raciais. É também autora dos infanto-juvenis “Os nove pentes d´África”, “Mar de Manu” e “Kuami”, além do de poesias “Canções de amor e dengo”.

Eliana Alves Cruz

Eliana Alves Cruz- mulher negra, de cabelo cacheado, vestindo camiseta listrada preto e branca- sentada olhando para o horizonte.
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Jornalista e escritora, autora dos livros Água de Barrela, baseado na trajetória da própria família desde o século XIX na África e O Crime do Cais do Valongo, foi vencedora da primeira edição do Prêmio Literário Oliveira Silveira, oferecido pela Fundação Cultural Palmares em 2015.

Mediação

Jéssica Balbino

Jéssica Balbino- mulher branca de cabelo loiro que vai na altura dos ombros, vestindo um blazer amarelo- sentada sorrindo com um microfone na mão direita e uma pasta na mão esquerda.
(Foto: Gustavo Rodrigues/Divulgação)

Jéssica Balbino é jornalista e produtora cultural. Pesquisadora, mestre em comunicação pela Unicamp e diretora do documentário ‘Pelas Margens: vozes femininas na literatura periférica’. Curadora de eventos literários no Brasil, é editora do blog Margens e autora dos livros “Traficando Conhecimento” e “Hip-Hop: A Cultura Marginal”.

Serviço
Lá na Laje: Resistência, substantivo feminino

25 de junho, quarta-feira às 19h30

Área de Convivência do Sesc Pompeia

Grátis. Classificação indicativa: livre.

Acessibilidade em Libras.

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