Leontyne Price

 

Mary Violet Leontyne Price nasceu em 10 de fevereiro de 1927 em Laurel, Mississipi, Estados Unidos. Soprano, é muito conhecida por cantar o papel de Aida, de Verdi. Nascida no Sul Profundo, onde imperava a segregação, alcançou fama internacional durante um período de mudança racial nas décadas de 1950 e 1960, sendo a primeira afro-americana a tornar-se prima-donna na Metropolitan Opera, em Nova York. Sua voz foi notada pelo brilhante registro superior, pelos aveludados registros médio e baixo, pelo fraseado e pela ampla extensão.

 

Após retirar-se do universo da ópera em 1985, deu recitais por mais doze anos. Entre as muitas honrarias que recebeu destacam-se a Medalha Presidencial da Liberdade (1965), Kennedy Center Honors (1980), a Medalha Nacional das Artes (1985), inúmeras distinções honoríficas em universidades e dezenove Prêmios Grammy, mais do que qualquer outra cantora clássica.

 

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A jovem Leontyne Price

 

Sua primeira e importante apresentação no palco foi no papel de Mistress Ford, numa encenação universitária da ópera Falstaff, de Verdi. Pouco depois Virgil Thompson contratou-a para a remontagem de sua ópera Four Saints in Three Acts, com elenco inteiramente negro. Foi escalada para interpretar o papel de Bess na remontagem de Porgy and Bess, de George Gershin. O espetáculo excursionou por Chicago, Pittsburgh, Washington, D.C. e pela Europa, patrocinado pelo Departamento de Estado americano.

 

Inicialmente Leontyne Price planejava seguir uma carreira como recitalista, inspirando-se no contralto Marian Anderson, no tenor Roland Hayes e em outros grandes cantores negros concertistas. No entanto sua interpretação como Bess, em Porgy and Bess, demonstrou que ela possuía o instinto e a voz para a ópera e a Metropolitan Opera confirmou esse fato, ao convidá-la para cantar Summertime, por ocasião de um espetáculo dado para levantamento de fundos, em 1953, no Ritz Theater, na Broadway. Leontyne Price foi, portanto, a primeira afro-americana a cantar com a Metropolitan Opera e para ela, mas não nela. Essa distinção coube a Marian Anderson que, em 7 de janeiro de 1955, cantou o papel de Ulrica em Un ballo in maschera, de Verdi. Esse fato foi muito notado, mas o papel era pequeno, a cantora foi escolhida por ser negra – Ulrica é um dos poucos papéis na ópera destinado a negros e chegou tarde na carreira de Marian Anderson.

 

Em novembro de 1954 Leontyne Price fez sua estréia como recitalista no Town Hall, Nova York, com um programa que incluía a primeira apresentação, naquela cidade, de Hermit Songs, de Samuel Barber, com o compositor ao piano. Então a ópera abriu suas portas para ela através da televisão. Em fevereiro de 1955 ela foi a protagonista da ópera Tosca, no programa TV Opera, da NBC. Tornou-se a primeira negra a aparecer em uma ópera televisionada. Em protesto, vários assinantes da NBC cancelaram sua assinatura.

 

Naquela mesma primavera, no Carnegie Hall, ela fez um teste para o regente austríaco Herbert von Karajan. Declarando-a “uma artista do futuro”, ele a convidou para cantar o papel de Salomé, no teatro La Scala, em Milão, mas ela não aceitou. Em 1956 e 1957 participou de recitais em excursões que a levaram através dos Estados Unidos e na Índia e Austrália, patrocinada pelo Departamento de Estado americano.

 

Sua estréia, na ópera, deu-se em San Francisco, em 20 de setembro de 1957, como Madame Lidoine na estréia americana de Dialogues des Carmélites, de Francis Poulenc. Em maio do ano seguinte, mediante convite de Karajan, estreou na Europa como Aida, na Ópera Estadual de Viena. Ao longo da próxima década Karajan regeu Leontyne Price em algumas de suas maiores apresentações.

 

Ao ingressar na Metropolitan Opera, em Nova York, Leontyne Price estabeleceu sua própria programação. Havia recusado anteriormente convites de Sir Rudolf Bing, incluindo um a única apresentação de Aida, em 1958. Peter Herman Adler, diretor da NBC Opera, aconselhou-a a esperar. “Leontyne será uma grande artista”, disse ele, de acordo com Warfield, em sua autobiografia. “Quando ela estrear na Met, terá de fazê-lo como uma senhora e não como uma escrava”.

 

Após presenciar sua participação em Il Trovatore em Verona, durante o verão de 1959, Bing lhe ofereceu outra oportunidade e em 27 de janeiro de 1961 Price chegou à Metropolitan Opera, cantando ao lado do tenor Franco Corelli em Il Trovatore, de Verdi. A apresentação foi triunfal e, no final, o público aplaudiu durante 42 minutos, certamente um dos mais prolongados aplausos de toda a história da Metropolitan Opera (Met).

 

Leontyne Price foi a quinta afro-americana a interpretar principais papéis na Met. Após Marian Anderson, Robert McFerrin, barítono e pai do cantor popular Bobby McFerrin , cantou o papel de Amonasro na ópera Aida, em 1955 e em Rigoletto, na temporada seguinte. O soprano Mattiwilda Dobbs cantou o papel de Gilda, em Rigoletto, ao lado de Leonard Warren, em 1956. O soprano Gloria Davy, em 1958, cantou Aida, Pamina em Die Zauberföte e, no ano seguinte, Nedda, em Pagliacci. Em 1959 o soprano Martina Arroyo cantou a Voz Celestial, em Don Carlo.

 

Leontyne Price foi a primeira afro-americana a interpretar várias protagonistas, sendo muito aclamada e tornou-se prima donna da Met. Foi também a primeira a ganhar os salários mais elevados daquele teatro de ópera. Após sua estréia, várias outras cantoras afro-americanas fizeram carreiras mundiais, incluindo Martina Arroyo, Shirley Verret, Grace Bumbry, Jessye Norman e Kathleen Battle.

 

No final da década de 1960 Leontyne Price abandonou a ópera. Estava cansada, frustrada com o número e qualidade das novas montagens da Met e talve sentisse que precisava ajustar-se ao natural envelhecimento de sua voz. Ao longo dos próximos doze anos, dedicou-se a concertos e recitais. Seu repertório incluía melodias francesas, lieder alemães, spirituals e uma ou duas árias, além de canções de compositores americanos como Samuel Barber, Ned Rorem e Lee Hoiby. Além de participações bienais em séries de concertos nas maiores cidades americanas, ela deu recitais em Hamburgo, Viena, Paris, Lucern a e no Festival de Salzburgo (1975, 1977, 1978, 1980, 1981 e 1984).

 

Deu também várias master classes na Julliard e em outras escolas. Em 1977 escreveu um livro, a versão infantil da ópera Aida, que se tornou a base para o roteiro de um musical de grande sucesso na Broadway, escrito por Elton John e Tim Rice, em 2000. Em outubro de 2001, aos 74 anos, Leontyne Price foi solicitada a cantar em um concerto no Carnegie Hall, em memória das vítimas dos ataques de 11 de setembro. Com James Levine ao piano, ela cantou um spiritual preferido, This Little Light of Mine e, sem acompanhamento, God Bless America.

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Descrição das imagens

Fotos

Opera

5 – Leontyne Price em Falstaff, de Verdi

6 – Leontine Pryce no papel de Bess, da ópera Porgy and Bess, de George Gershin. Fotógrafo: Carl Van Vechten. 1953

7 – Leontine Pryce no papel de Cleópatra, da ópera Antony and Cleopatra, de autoria de Samuel Barber. Estréia mundial em 1966, na Metropolitan Opera House, Lincoln Center, Nova York

 

 


Ligações externas

 

 

 

 

 

 

Para saber mais

 

 

Biografia, formação artística, carreira, repertório, discografia, bibliografia sobre a cantora

 

Capturado de “http://en.wikipedia.org/wiki/Leontyne_Price

 

Categories: | Living people | American female singers | African American singers | American opera singers | United States National Medal of Arts recipients | Operatic sopranos | Grammy Award winners | Grammy Lifetime Achievement Award winners | Juilliard School of Music alumni | Kennedy Center honorees

 


Texto (excertos): Capturado de Wikipedia, the free encyclopedia

Imagens: Capturadas de Google Images

Tradução, pesquisa e seleção de imagens: Carlos Eugênio Marcondes de Moura

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