O livro de memórias de Michelle Obama, Minha História, pode se tornar a autobiografia mais vendida da História. O dado foi divulgado nesta terça-feira (26), editora Bertelsmann, que detêm direitos da publicação.
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A editora ainda tem a expectativa de que a autobiografia de Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos e marido de Michelle, seja outro sucesso. A expectativa é publicar neste ano, mas ainda não há uma data certa.
Após a publicação de Minha História, a receita anual da editora aumentou cerca de 2,8% ― o maior número em seus 183 anos de existência ― 10 milhões de cópias foram vendidas desde seu lançamento, em novembro de 2018.
“Isso torna o livro de Michelle o nosso sucesso criativo mais notável do ano passado”, disse o diretor-executivo da Bertelsmann, Thomas Rabe, em coletiva de imprensa, segundo a Reuters.
O livro, traduzido para mais de 28 idiomas, mostra uma Michelle sem medo de revisitar o passado e tocar em feridas. Ela escreve abertamente não só sobre sua infância, mas também sobre sua incredulidade ao ser a 1ª primeira-dama negra dos Estados Unidos, entre 2009 e 2017. Michelle também classifica a campanha de Donald Trump como “preconceituosa e perigosa”.
Parte dos ganhos com os livros ― que giram em torno de U$ 60 milhões de dólares (cerca de R$ 250 milhões) ― serão doados para instituições, incluindo a Fundação Obama. Para divulgar seu livro, Michelle Obama realizou uma turnê durante dois meses nos Estados Unidos.
“Escrever foi uma profunda experiência pessoal. Falo sobre minhas raízes e de como uma garota encontra sua voz. Espero que minha viagem inspire os leitores a encontrar o valor para conseguir tudo a que aspiram”, escreveu em seu Twitter à época. “Chicago moldou quem eu sou. Quero também prestar um tributo à comunidade de South Side que me deu tanto amor desde sempre.”
Quando o livro foi publicado no Brasil, o HuffPost Brasil publicou um trecho exclusivo da autobiografia da ex-primeira-dama dos Estados Unidos.
Nele, Michelle conta que, mesmo com um currículo exemplar e compatível com o nível de Princeton, chegou a ouvir de uma orientadora que “não fazia bem o tipo” da universidade.
“Naquele dia, ao sair da sala da orientadora, eu estava furiosa, o ego ferido mais do que tudo. Naquele momento, meu único pensamento era: vou mostrar a você”, escreve. A jovem desejava seguir os passos de seu irmão mais velho Craig, que se formou lá em 1983.
Meses depois, uma carta chegou à caixa de correio da casa em que morava com seus pais, em Chicago, oferecendo uma vaga. Michelle não só entrou para cursar Sociologia, mas fez especialização em estudos afro-americanos e, mais tarde, deu continuidade à sua carreira acadêmica estudando Direito em Harvard.
“Ninguém da minha família mais próxima tinha muita experiência direta com faculdades”, conta em livro. “Nunca achei que entrar na faculdade seria fácil, mas estava aprendendo a me concentrar e a ter fé na minha própria história.”