Maceió: Educadores discutem Educação Quilombola durante Curso de Formação

Professores de comunidades quilombolas alagoanas e técnicos das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) participaram, nesta terça-feira (25), do primeiro dia do Curso de Formação em Educação Quilombola – Ancestralidade, Cultura, História e Identidade. A palestra, ministrada pela professora doutora Denise Botelho, trouxe uma abordagem sobre a Construção de uma Educação Quilombola com suas perspectivas teóricas e práticas. A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE) e a Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos.

Durante o curso, a professora tratou de legislações, diretrizes curriculares e políticas educacionais que determinam a inclusão dos estudos da história e cultura africana e afro brasileira. Temas como racismo, desigualdade e novas práticas pedagógicas também foram desenvolvidos com os educadores.

“Nós devemos enxergar as comunidades quilombolas como legado histórico afro-cultural e entender que existe uma nova ordem social. O problema é que temos pessoas que se beneficiam das desigualdades. A educação quilombola tem que eliminar o atraso da população brasileira e a escola é um lugar adequado para isso, independente da formação étnico racial de cada um”, analisou Denise.

A professora Denise Botelho propôs ainda ações pedagógicas afirmativas, dentre elas, o fortalecimento da autoestima e identidade de crianças e jovens quilombolas.

Segundo a professora Rejaneide Veiga existe uma dificuldade de aceitação dos próprios alunos de origem afro. “Muitas crianças e jovens não se assumem negros, não se aceitam como quilombola. Essa é uma oportunidade para dialogarmos sobre esse tipo de comportamento tão comum”, acredita a professora.

O técnico pedagógico da Gerência de Diversidade da Secretaria de Estado da Educação e coordenador da capacitação, Zezito Araújo, comentou a relevância dos debates e formações da cultura africana e afro brasileira entre profissionais da educação. “Assumimos esse compromisso de formar professores e técnicos diante, sobretudo, da legislação que determina a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana e afro brasileira nas redes públicas. Além disso, não podemos esquecer que o ensino nas comunidades remanescentes quilombolas tem sua especificidade. Nossa intenção é capacitar os educadores para lidar com essa realidade”, destacou Zezito.

Programação

Dando prosseguimento ao Curso de Formação, nesta quarta-feira (26), a professora mestra Gilvânia Maria da Silva conduz palestra sobre o tema “Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Quilombola na Educação Básica”.

A “Comunidade Quilombola: história, identidade e preconceito” será o assunto abordado no terceiro dia do evento, quinta-feira (27), pelo professor doutor Moisés de Melo Santana. Já a conclusão do curso terá palestra ministrada pelo coordenador da capacitação, professor mestre Zezito de Araújo, com o tema “Socialização de Experiências: Educador, vivência e cotidiano”, na sexta-feira (28). Todas as palestras ocorrem no período da manhã.

A programação conta ainda com grupos de estudos e oficinas, além de salas temáticas com foco nos Ensinos Médio e Fundamental. A última atividade do Curso de Formação será a exibição de um vídeo documentário sobre as regiões quilombolas em Alagoas.

 

 

Fonte: Cada Minuto 

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