Joselita de Souza, mãe do menino Roberto, que foi morto com outros quatro amigos na Chacina de Costa Barros, morreu após soltura de acusados
no Metrópolis
O fim da vida de Joselita de Souza, mãe do menino Roberto, 16 anos, morto por PMs na Chacina de Costa Barros, foi marcado pela dor. Segundo familiares, em entrevista ao O Globo, o motivo da morte na última quinta-feira (7/7) foi tristeza pela falta do filho e de Justiça, diante das evidências do crime.
[quote font=”times” font_size=”20″ bgcolor=”#” color=”#000000″ bcolor=”#” arrow=”yes”]“Ela era tão alegre, positiva, mas não aguentou a perda do Betinho. Mudou radicalmente. Era o nosso caçula – conta Jorge. – Não conseguiu ir à última audiência, segunda-feira, porque estava mal. Na audiência anterior, em abril, já não estava nada bem. Foi a depressão”, contou Jorge, ex-marido de Joselita e pai de Roberto, ao jornal.[/quote]
Joselita era cabeleireira e, segundo a família, nunca teve problemas de saúde e sempre foi muito alegre. O filho Roberto morou com ela até os 10 anos, depois passou a viver com o pai, mas conversa com a mãe todos os dias. Ele havia começado em um emprego e havia prometido para Joselita que lhe daria um presente com o primeiro salário que recebeu do programa Jovem Aprendiz, no dia de sua morte.
Betinho saiu para comemorar o pagamento com os amigos Wilton Esteves, 20 anos, Carlos Eduardo Silva, 16, Wesley Castro, 25, e Cleiton Corrêa, 18. Eles passaram o sábado inteiro no Parque Madureira. À noite, quando saíam de uma lanchonete, foram mortos com 111 tiros, dentro do carro em que estavam.
O quadro depressivo de Joselita piorou quando o ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça, concedeu habeas corpus, em 16 de junho, aos policiais Antonio Carlos Gonçalves Filho, Thiago Resende Viana Barbosa, Marcio Darcy Alves dos Santos e Fabio Pizza Oliveira da Silva, que negaram ter disparado contra o carro.
O promotor do caso, Fábio Vieira dos Santos, recebeu com tristeza a notícia da morte de Joselita.
[quote font=”times” font_size=”15″ bgcolor=”#” color=”#000000″ bcolor=”#” arrow=”yes”]“É uma mistura de tristeza e também revolta. A ausência do estado causa um mal enorme, inúmeros na verdade, que são colaterais à falta do remédio correto no momento certo. Estamos lutando muito, já fiz um novo pedido de prisão, estamos aguardando a resposta – afirma. – Não faltam elementos que confirmam a autoria do crime. Mas a justiça demora, e as famílias sofrem muito”, disse ao O Globo.[/quote]
Joselita recebeu atendimento psicológico do governo do Rio de Janeiro, mas não foi o suficiente