Maíra Freitas, filha de Martinho da Vila, estreia como cantora aos 24 anos

 

Maíra Freitas nasceu e cresceu na casa de um bamba, mas nem ela mesma sabe por que se interessou muito cedo por piano clássico. “Todo mundo pergunta isso e nunca sei responder. Sempre gostei de tocar piano. Não tem mistério. Quando pequena, pedi à minha mãe para fazer aula e continuo até hoje. Não lembro de quando não tocava o instrumento”, diz a filha de Martinho da Vila. Aos 24 anos, depois de construir vasto currículo de apresentações em concertos, concursos e festivais de música clássica, Maíra acaba de lançar o primeiro disco — de música popular.

Para ela, essa opção também ocorreu de forma natural. Maíra acha que músicas popular e clássica não são coisas tão diferentes: “Música é boa ou é ruim. Não importa se é clássica, jazz…”. Ela conta que começou a diversificar há uns quatro anos. “Venho incluindo choro no repertório de recital, acompanhando cantores… Comecei a cantar com minha irmã e meu pai me convidou para gravar uma faixa no disco dele, O poeta da cidade. Aí, como muitas pessoas gostaram, acabei tomando essa direção”. A irmã a que ela se refere é Mart’nália, que se encarregou da produção e da direção musical do disco de estreia da caçula.

No álbum, que leva apenas o nome da artista, Maíra canta, cria arranjos, toca piano e até guitarra em uma das faixas, As voltas. Composta por Qinho e Vitor Paiva, amigos da cantora-pianista, As voltas é exceção em um repertório que revela gosto musical curioso para uma garota da geração de Maíra. Ela recria composições de, entre outros, Joyce (Monsieur Binot), Paulinho da Viola (Só o tempo), Chico Buarque (Mambembe), Jacob do Bandolim (O voo da mosca), Gonzaguinha (Recado) e do pai, claro (Disritmia). Joyce e Martinho comparecem em suas respectivas criações como convidados especiais. “São músicas que gosto de cantar, que acho bonitas. Enfim, o motivo das escolhas é bem simples. A ideia do disco era mostrar quem eu sou, as várias faces dessa que se chama Maíra Freitas”, resume.

E uma dessas faces é a de compositora. São três as composições próprias, uma delas instrumental (Se joga, que fecha o disco). “Compor é uma coisa que faço quando estou com vontade. Não componho todos os dias, só de vez em quando, se bate inspiração, dá vontade. Geralmente falo sobre coisas que estou sentindo, que estão acontecendo. Então, posso estar mais alegre, mais reflexiva…”, diz, tentando explicar o processo de criação que resultou nas bem-humoradas Alô e Corselet.

Para dar forma ao disco de estreia da irmã, Mart’nália chamou para o estúdio alguns músicos bem credenciados, como o baterista Wilson das Neves, o gaitista Rildo Hora, o violonista Cláudio Jorge e o baixista Arthur Maia. O encontro das duas em estúdio é fruto de uma afinidade antiga. “A gente tem uma relação bacana, somos muito ligadas. Desde pequena admiro a Mart’nália. Ela esteve presente em minha vida em todos os momentos. Nada mais natural que participasse deste. Foi ótimo, a gente pensa muito diferente, mas, ao mesmo tempo, somos muito parecidas, geminianas (risos).”

Com o disco lançado, Maíra Freitas prepara o show de divulgação sem pressa de antever o que virá daí. “Gosto de fazer uma coisa de cada vez, para não atropelar. Resolvi embarcar nesse trabalho novo, nesse momento diferente e cair de cabeça nessa vida”, afirma.

 

 

Fonte: Correio Braziliense

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