– Nome: Maya Angelou –
– Data de nascimento: 4 de abril de 1928 –
– Profissão: Poeta e Historiadora –
Maya Angelou nasceu Marguerite Annie Johnson em St. Louis, Missouri. Seus pais se divorciaram quando ela tinha apenas três anos e ela foi mandada, com seu irmão Bailey, para viver com a avó na cidadezinha de Stamps, Arkansas. Ali a menina vivenciou a discriminação racial que era o modo de vida legalmente amparado no sul dos Estados Unidos, mas também absorveu a profunda fé religiosa e a cortesia de uma outra época, inerentes à vida afro-americana tradicional. Ela credita a sua avó e a seus inúmeros familiares a transmissão de valores que marcaram sua vida e sua carreira, no futuro. Mantinha um relacionamento muito próximo com seu irmão, que a apelidou de Maya quando ainda eram muito crianças.
Aos sete anos, quando visitava sua mãe em Chicago, foi abusada sexualmente pelo namorado da mãe.
Envergonhada demais para contar aos adultos o ocorrido, ela o confidenciou a seu irmão. Quando, mais tarde, recebeu a notícia que um tio seu havia matado o estuprador, ela sentiu que foram suas palavras que haviam eliminado o homem. Caiu em silêncio profundo e não falou durante cinco anos.
Maya começou a falar novamente aos 13 anos, quando ela e o irmão foram morar com sua mãe, em San Francisco. Lá ela frequentou a Mission High School e ganhou uma bolsa de estudos para estudar dança e arte dramática na Labor School, onde entrou em contato com os ideais progressistas que animaram seu posterior ativismo político. Deixou os estudos no final da adolescência e tornou-se a primeira afro-americana a conduzir um ônibus em San Francisco. Mais tarde voltou aos estudos, mas engravidou logo após e se formou algumas semanas antes de dar a luz a seu filho Guy. Saiu de casa aos 16 anos e enfrentou a dura vida de mãe solteira, sustentando-se e à criança, trabalhando como garçonete e cozinheira, porém sem desistir da música, da dança, da interpretação e da poesia, áreas em que demonstrava talento.
Em 1952 casou-se com um marinheiro grego chamado Tosh Angelos. Ao iniciar sua carreira de cantora num clube noturno, assumiu o nome profissional de Maya Angelou, combinando o apelido da infância com uma versão do sobrenome do marido. Embora o casamento não durasse, sua carreira artística foi bem sucedida. Excursionou pela Europa com uma montagem da ópera Porgy and Bess, em 1954 e 1955.
Estudou dança moderna com Martha Graham, dançou com Alvin Ailey em espetáculos na televisão e gravou seu primeiro disco, Calypso Lady, em 1957.
Compôs letras de canções e poemas durante muitos anos e, no final da década de 1950, mostrou-se cada vez mais interessada em desenvolver suas habilidades de escritora. Mudou-se para Nova York, onde ingressou na Corporação dos Escritores do Harlem, integrando o número cada vez maior de jovens escritores e artistas negros associados ao Movimento dos Direitos Civis. Atuou na histórica montagem da peça Os Negros, de Jean Genet, escreveu e atuou em Cabaret for Freedom, com o ator e comediante Godfrey Cambridge.
Em Nova York apaixonou-se por um ativista de direitos civis, o sul-africano Vusumzi Make e, em 1960, o casal mudou-se com o filho de Maya para o Cairo, Egito. Ali Maya foi editora de uma publicação semanal em inglês, The Arab Observer.
Mais tarde ela e o filho Guy mudaram-se para Ghana, onde ela se integrou a um número crescente de expatriados americanos. Trabalhou como assistente de ensino e de administração na Escola de Música e Arte Dramática, da Universidade de Ghana, e como editora de The African Review. Escreveu para a publicação The Ghanaian Times e uma emissora de rádio, Ghanaian Broadcasting Company.
Durante os anos passados no exterior, leu e estudou avidamente, chegando a dominar o francês, o espanhol, o italiano, o árabe e o fanti, uma das línguas da África Ocidental. Conheceu o líder dissidente Malcolm X, em suas visitas a Ghana, e correspondeu-se com ele, na medida em que o pensamento dele evoluiu de uma posição racialmente polarizada, em sua juventude, para uma visão mais inclusiva, quando ele chegou à maturidade.
Maya Angelou regressou aos Estados Unidos em 1964, com a intenção de ajudar Malcolm X a estruturar sua nova Organização da Unidade Afro-Americana. Logo após sua chegada ao país, Malcolm X foi assassinado e os planos que ele tinha para uma nova organização se foram com ele. Maya envolveu-se com a produção de televisão e manteve-se ativa no Movimento dos Direitos Civis, trabalhando mais intimamente com o Dr. Martin Luther King Jr., o qual solicitou que ela atuasse como coordenadora nortista da Conferência Sulista da Liderança Cristã. O assassinato dele, ocorrido no dia do aniversário de Maya, em 1968, deixou-a arrasada. Com a ajuda de seu amigo, o romancista James Baldwin, ela encontrou consolo na escrita e começou a trabalhar no livro que receberia o nome de I Know Why the Caged Bird Sings (Sei por que o pássaro engaiolado canta). O livro narra a história de sua vida, a partir da infância, no Kansas e até o nascimento de seu filho. Foi publicado em 1970, amplamente aclamado pela crítica e alcançou enorme sucesso popular.
De um dia para outro Maya Angelou tornou-se uma figura nacional. Nos anos seguintes, seus livros de poesia e os volumes subsequentes de sua narrativa autobiográfica angariaram-lhe uma enorme quantidade de leitores. Foi cada mais solicitada como professora e conferencista, dedicando-se também ao cinema. Escreveu o roteiro e compôs a música do filme Georgia, Georgia (1972). O roteiro, o primeiro escrito por uma afro-americana a ser filmado, foi indicado para o Prêmio Pulitzer.
Maya Angelou foi convidada por sucessivos presidentes dos Estados Unidos para desempenhar várias funções. O presidente Ford nomeou-a para participar da Comissão do Bicentenário da Revolução Americana e o presidente Carter convidou-a para trabalhar na Comissão Presidencial do Ano Internacional da Mulher. O presidente Clinton solicitou que ela compusesse um poema para ser lido em sua posse, em 1993. O poema que ela leu, On the Pulse of Morning (No pulsar da manhã), foi transmitido ao vivo no mundo inteiro.
Desde 1981 ela é professora da Cátedra Reynolds, de Estudos Americanos, na Universidade Wake Forest em Winston-Salem, Carolina do Norte. Continuou a aparecer na televisão e em filmes, incluindo Poetic Justice (Justiça poética, 1993) e em Roots (Raízes), um marco da adaptação de um romance para a televisão. Dirigiu inúmeros programas documentais e teatrais, na televisão, bem como seu primeiro filme, Down the Delta (Descendo o Delta), em 1996.
A lista de suas publicações inclui até agora mais de 30 títulos – livros de poesia, começando por Just Give Me a Cool Drink of Water ´Fore I Die (Apenas me dêem um gole de água fresca antes de eu morrer). Os livros de narrativas e ensaios incluem Wouldn´t Take Nothing For My Journey Now (Hoje nada levaria durante minha viagem), de 1993, e Even the Stars Look Lonesome (Até mesmo as estrelas parecem solitárias, 1997). Deu prosseguimento à narrativa de sua vida nos livros Gather Toghether in My Name (Reunam-se em meu nome, 1974), Singin´and Swingin´and Gettin´Merry Like Christmas (Cantando, dançando, ficando feliz como no Natal, 1976), The Heart of a Woman (O coração de uma mulher, 1981), All God´s Children Need Travelling Shoes (Todas as crianças de Deus precisam de sapatos para viajar, 1987) e A Song Flung Up to Heaven (Uma canção que sobe aos céus, 2002).
Em 1991, 1994 e 1997, Maya Angelou participou de uma série de programas ao vivo para a Achievement Television, no qual respondeu a perguntas enviadas por estudantes de todos os Estados Unidos.
FONTE: Texto obtido em www.achievement.org
Imagens obtidas em Goole Imagens
Tradução, pesquisa de texto e seleção de imagens: Carlos Eugênio Marcondes de Moura