Ministra Macaé Evaristo reforça compromisso com políticas de reparação no Festival Mulheres do Mundo

27/10/25
Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania
Evento no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, reuniu lideranças e coletivos para debater justiça social e equidade de gênero

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, participou, nesta sexta-feira (24), do Festival Mulheres do Mundo (WOW), realizado no Complexo das Favelas da Maré, no Rio de Janeiro (RJ). Em sua terceira edição, o evento reuniu lideranças sociais, artistas e coletivos de mulheres para discutir justiça social, enfrentamento das desigualdades e fortalecimento de políticas públicas voltadas à equidade de gênero.

Macaé destacou a força simbólica de realizar o festival na Maré e a relevância do evento para a valorização dos territórios. “Antes de falar de narrativa, eu quero falar de vida. Da presença e do significado de realizar um festival aqui na Maré, para evidenciar toda a potência, o pensamento que se produz neste território e a resistência que ele simboliza”, afirmou.

(Foto: Duda Rodrigues/MDHC)
(Foto: Duda Rodrigues/MDHC)

A ministra participou da atividade “Reparação é justiça social para todas as mulheres”, ao lado da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e da artista plástica Clarisse Taulewali da Silva, com mediação de Cristiane Brandão. O diálogo abordou a reparação como instrumento de promoção da justiça social e de reconhecimento das trajetórias históricas das mulheres negras no Brasil.

Macaé reforçou o compromisso do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) com o fortalecimento das políticas de memória e reparação. “Essas políticas são essenciais, pois muitos casos de violações de direitos contra mulheres e suas famílias acabam sendo apagados, seja pela dificuldade de acesso à Justiça ou pela ausência de resposta do Estado. Atualmente, o Ministério dedica atenção especial ao cumprimento das recomendações de cortes internacionais, que orientam o Estado brasileiro na formulação de políticas públicas eficazes para prevenir a repetição dessas violações”, explicou.

Ao refletir sobre os desafios para a efetivação das políticas de reparação no país, a ministra ressaltou a importância de fortalecer o papel do Estado na garantia de direitos. “Desde 1988, temos uma Constituição Cidadã, mas ainda há muito a ser transformado para assegurar o pleno acesso à justiça e a existência digna de toda a população brasileira”, completou.

Vozes femininas

Também presente no evento, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a importância dos territórios na construção das lutas femininas e antirracistas. “Os territórios nos moldam, ensinam e fortalecem. É neles que nascem as lutas, os afetos e as alianças que sustentam o nosso fazer político. Cada movimento de partilha precisa ser fortalecido e ressignificado. Nós, mulheres, temos condições de chegar, permanecer e protagonizar”, destacou.

(Foto: Duda Rodrigues/MDHC)
(Foto: Duda Rodrigues/MDHC)

Idealizado por mulheres diversas, o Festival Mulheres do Mundo tem como propósito fomentar o debate, promover conexões entre diferentes realidades e celebrar conquistas femininas. A programação inclui rodas de conversa, apresentações culturais, feiras de empreendedorismo e atividades esportivas, além de debates sobre desigualdades econômicas, justiça reprodutiva, bem viver e desafios climáticos, integrando campo, cidade, território e floresta.

Entre as participantes, estiveram referências nacionais e internacionais no ativismo político, cultural e na luta pelos direitos das mulheres e da população negra. Entre elas, a escritora Conceição Evaristo, símbolo da literatura afro-brasileira e da resistência feminina; a filósofa e militante Sueli Carneiro, fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra; a líder indígena Japira Pataxó, defensora dos direitos dos povos originários e da preservação ambiental; e a ex-ministra da Justiça da França Christiane Taubira, reconhecida por sua trajetória em defesa da igualdade racial e dos direitos humanos.

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