Tomou posse hoje, 02, como ministra de estado da Secretaria de Política de Promoção da Igualdade Racial, a pedagoga Nilma Lino Gomes. A nova ministra substitui a socióloga Luiza Bairros na pasta. A ex- ministra, que é militante histórica do movimento negro brasileiro e participou de projetos do PNUD de combate ao racismo, estava no cargo desde início do primeiro mandato da presidenta Dilma, em 2011. Em seu discurso de despedida, Luiza Bairros ressaltou a importância da conjuntura política enquanto esteve no governo e que permitiu avanço da Pauta Racial. Ela ainda agradeceu a parceiros nacionais e internacionais que contribuíram para que sua gestão tivesse marcos significativos, a exemplo do Estatuto da Igualdade Racial, Cotas no Serviço Público e em especial ao Movimento Negro por sua vigilância que permitiu o fortalecimento do enfrentamento ao racismo.
por Luciane Reis no Correio Nagô
A ex-ministra, agradeceu também aos parlamentares negros que segundo a mesma foram centrais na aprovação destes marcos, e finalizou parabenizando a nova ministra e agradecendo ao Conselho de Promoção de Igualdade Racial, aos povos tradicionais e grupos discriminados que passaram e fortaleceram a sua gestão.
A atual ministra abriu sua fala saudando a todos em nome de sua mãe, a quem reverenciou de forma muito emocionada diante de uma platéia composta de ministros, representantes de órgãos nacionais e internacionais, lideranças socais e acadêmicas como o professor Kabenguele Munanga, dentre outros.
A ministra Nilma destacou em seu discurso os aprendizados e a importância de sua trajetória em espaços diversos, dentre eles a Unilab (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira) e destacou que em sua gestão o dialogo com o movimento negro em sua pluralidade e diversidade, será sua principal meta de governo. Para a nova ministra, sua responsabilidade se amplia na promoção da Participação social, pois assume a Seppir, diante de um importante legado deixado pela ministra Luiza Bairros.
Para a nova ministra é preciso incidir de maneira diferenciada na melhoria da vida da população negra, com principal destaque para a renda. “ A Seppir tem um papel desafiador político e educacional, pois ela tem caráter pedagógico e precisa incidir de maneira educativa e estruturante na alteração dos impactos que atinge a esses por motivos diversos, dentre eles a orientação sexual. É preciso construir a nova gestão com o maior número de olhares sobre o novo desafio que se configura no combate ao racismo no Brasil”, completou.
A nova ministra encerrou seu discurso lembrando que ninguém faz sozinho em nada na vida e que sua gestão terá esse aprendizado como ponto central, onde não se furtará de ouvir esses diversos segmentos, para que possa aproveitar o que houve de bom de cada sucessor, mas que terá um cuidado central para que diante de todo o pensamento colonizador existente, a secretaria não transmita esse comportamento colonial na relação da mesma com o movimento negro, garantindo assim a transversalidade já usada nas gestões anteriores e em especial na luta pela vida da Juventude Negra.
Por Luciane Reis