Mulher, negra e lésbica: Conheça MC Luana Hansen e seu rap feminista

Desde sempre, a cultura do hip hop tem um caráter libertário muito forte. No Brasil, as vozes do rap sempre colocaram suas rimas em favor do protesto, em prol da luta pelos direitos da população negra e periférica. Só que o grito por respeito infelizmente anda de mãos dadas com a opressão. Ser mulher no hip hop não é tarefa fácil, como já falou abertamente a empresária Eliane Dias, produtora dos Racionais MC’s e esposa de Mano Brown.

Do 24Horas

“Num movimento machista como esse, quando se é mulher aí já fica tenso. Agora ser mulher feminista e lésbica é viver pisando em ovos. É luta constante pra se fazer visível, se fazer respeitada”, diz Luana Hansen, rapper paulistana que é hoje uma importante voz combativa dentro do hip hop nacional.

Aos 35 anos, Luana já tem 16 de carreira e dedica sua música ao protesto de cunho feminista, negro e lésbico. Hoje é reconhecida dentro dos movimentos LGBT e feminista, já ganhou prêmios importantes como o Hutúz, foi convidada a cantar no primeiro Festival de Rap Feminista de Cuba e participou da minissérie “Antônia”, da Rede Globo. Mas a trajetória até aqui não foi nem um pouco fácil.

Luana é do tipo de mulher que não se deixa intimidar e critica abertamente peixes grandes como Racionais MC‘s e Emicida. “Temos que denunciar o machismo de quem quer que seja. Temos que dar nomes ao bois e denunciar letras machistas. Mostrar isso para, de fato, eliminar essas letras, atitudes e pensamentos machistas e racistas.”

Em resposta à letra de Trepadeira, composta por Emicida, ela escreveu um de seus maiores sucessos: Flor de Mulher.

Outra bandeira que Luana levanta sem medo é a da legalização do aborto. Esse é o tema da letra de Ventre Livre de Fato, que faz parte da campanha pró-aborto do coletivo Católicas pelo Direito de Decidir.

E como não poderia deixar de ser, debater temas polômicos faz com a MC não seja amada por todos. O que não a incomoda nem um pouco.

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