Na polêmica sobre turbantes, é a branquitude que não quer assumir seu racismo

QUASE TODA CIDADE pequena – principalmente as de Minas – tem seu louco de estimação. Aquele que toda a cidade conhece, cuida e por quem zela como uma espécie de patrimônio. Ibiá, onde nasci, tinha o Zé Tem Dó; e foi com ele que aprendi sobre o valor simbólico de certos objetos.

Por Ana Maria Gonçalves Do The Intercept

Eu devia ter uns quatro ou cinco anos. Minha mãe era costureira, e o Zé colecionava carretéis de linha.

Portanto, suas visitas à minha casa eram constantes, porque minha mãe guardava todos os carretéis para ele e sempre oferecia algo mais, como um refresco, uma roupa, um prato de comida.

Pensando que o Zé estava distraído, certa vez tentei pegar em um destes carretéis. Ele se levantou com um pulo e, com mais dois, estava parado na minha frente, protegendo os valiosos bens que, para minha mãe, eram apenas sobras de trabalho. Saí eu correndo para o outro lado, assustada, com medo.

 

Leia a reportagem completa no The Intercept Brasil.

 

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