A escritora Carolina de Jesus ganhou uma linda homenagem da Turma da Mônica

Ação integra projeto Donas da Rua.

Por Amauri Terto, do HuffPost 

 

A página da Turma da Mônica no Facebook prestou nesta segunda-feira (13) uma bonita homenagem à Carolina de Jesus (1914-1977). O post lembra os 40 anos de morte de uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil.

Moradora da favela do Canindé, zona norte de São Paulo, Carolina trabalhava como catadora e registrava o cotidiano da comunidade em cadernos encontrados no lixo. No final da década de 1950, foram encontrados mais de 20 diários da escritora.

Um desses cadernos deu origem ao livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, que foi recusado por diferentes editoras, sendo publicado somente em 1960.

O relato cru e em primeira pessoa da escritora nascida em Sacramento, Minas Gerais, marcou a história da literatura nacional. Após o lançamento, o livro teve mais três edições, foi traduzido para 13 idiomas e vendido em mais de 40 países.

“Conhecer e honrar as guerreiras do passado é uma das formas de cultivar um futuro mais justo para as meninas. E nesse quesito, não temos nem o que dizer sobre Carolina de Jesus. Dona da Rua nata!”, anuncia a publicação.

A homenagem da Turma da Mônica à escritora integra o projeto Donas da Rua, lançado no ano passado em em parceria com a ONU Mulheres e lançado no ano passado. A ideia é reforçar a autoestima de meninas de todo o Brasil a defesa de seus direitos.

No post, a personagem Bonga é quem representa Carolina de Jesus.

Veja a publicação na íntegra:

Além de Carolina, outras grandes mulheres da história do Brasil e do mundo já foram homenageadas na página da turminha de Mauricio de Sousa. Entre elas está Kathrine Switzer, a primeira mulher a participar da Maratona de Boston, em 1967, época em que quaisquer provas de rua do país eram integradas apenas por homens.

E também a professora Dorina Nowill (1919-2010), pedagoga cega e uma das maiores ativistas pela inclusão de pessoas com deficiência visual no Brasil.

Para acompanhar as homenagens da página, basta seguir a hashtag #DonasdaRua

 

Leia Também:

Mônica diz ‘Meu corpo, minhas regras’ em quadrinho e pessoas acham que roteirista estava fazendo ‘apologia ao aborto’

+ sobre o tema

Museu da Pessoa apresenta: Maíra da Costa

Maíra da Costa conta na exposição Vidas Femininas sobre...

Mulheres negras contam sua história é lançado na 3ª Conapir

Autoras dos ensaios e redações que compõem a publicação...

“O feminismo branco foi construído em cima da precarização do trabalho da mulher negra”, diz Ana Maria Gonçalves

O Roda Viva recebe nesta segunda-feira (17) a escritora Ana Maria Gonçalves,...

para lembrar

Luana Génot: estar em um relacionamento inter-racial não é sinônimo de que o racismo acabou

Temos colocado a discussão sobre o racismo estrutural em...

Não há mistério; desde sempre, o ato médico é o fazer médico

Fátima Oliveira Quando aparecia alguém lá em casa para filar...

Designer abre portas para mulheres negras no mercado de tecnologia

Quando começou a frequentar o mundo do design de...

Não serve ao feminismo tentar nivelar ideologias díspares

Por: FÁTIMA OLIVEIRA Não voto em candidaturas antiaborcionistas e entendo...
spot_imgspot_img

A luta por uma ministra negra

Nas últimas semanas, parte da militância virtual petista passou a atacar duramente o humorista Gregorio Duvivier por sua defesa da nomeação de uma mulher negra para...

Racismo escancarado

Duas décadas atrás, na esteira da Conferência Mundial contra a Discriminação Racial, em Durban (África do Sul), um conjunto de organizações da sociedade civil,...

Mulheres negras blogueiras, responsabilidade e ação

O trabalho de uma mulher negra blogueira não tem o devido reconhecimento e visibilidade, mesmo que seus artigos alcance milhares de leitores. Existe uma visão...
-+=