No aniversário de Aleijadinho, conheça episódios de sua infância

Envolta em mistérios, a vida do artista Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho, gera discussão até hoje.

 

Nascido no dia 29 de agosto no provável ano de 1730 (não há registros oficiais quanto a data, e alguns optam por 1738), o escravo, gênio ou figura mítica da cultura popular brasileira foi eternizado por suas esculturas produzidas no Estado de Minas Gerais.

Antônio, o “Aleijadinho” viveu há muito tempo na época em que o Brasil era colônia de Portugal, em Vila Rica, que depois levaria o nome usado ainda hoje, de Ouro Preto. Antônio só recebeu o apelido quando adulto, por conta de uma doença muito séria que entortava seus dedos e deformava seu rosto.

O menino era filho de seu Manuel Francisco Lisboa, um arquiteto português que trabalhava com diversas construções, como igrejas e casas. Sua mãe era uma escrava, e por isso ele era escravo também (eram as leis da época). Seu Manuel acabou, ora pois, libertando mãe filho, e depois o levou para morar com ele e a mulher Antônia.

“Quando seu Manuel trabalhava em sua loja de marcenaria, fazendo projetos para construir casas e igrejas, Antônio ia junto. Ficava sentado, bem perto, olhando o pai pegar o grafite e desenhar a parte da frente de uma igreja: a mão subia e depois descia com um traço fino”, retrata a obra.

 

aniversario-de-aleijadinho

O livro resgata um pouco da história da escravidão no Brasil, detalhando personagens comuns à época, como as escravas que usavam turbantes na cabeça e vendiam mandioca, farinha e outros alimentos nas ladeiras da cidade. A tradicional festa de santos também é lembrada, e pelos olhos do menino o leitor sente a rápida euforia de um povo maltratado pela ganância dos colonizadores e interesseiros da região.

“Até que um dia, quando estava com 13 anos, por volta de 1751…
– Antônio, venha me ajudar, faça o projeto do chafariz que será colocado aqui no pátio da casa do governador.
– Sim, pai! Vou pegar papel e grafite – e saiu correndo, todo afobado.”

A partir de então, o garoto não parou mais. E a cada ano ganhava mais respeito e admiração dos artistas e do povo da cidade. E isso continua até hoje.

 

“Aleijadinho”
Autores: Angela Bonito e Carla Caruso
Editora: Callis
Páginas: 24
Quanto: R$ 19,90
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

 

 

Fonte: Folha.com

+ sobre o tema

Telas e telas de reflexão

A fartura atual, nos Estados Unidos, de produções audiovisuais...

Primeiro Prémio Eduardo Costley-White para moçambicano Lucílio Manjate

Rabhia, a obra preferida do júri presidido por Mia...

Revista Pode Crê! Memória institucional

Revista Pode Crê! Memória institucional Esta revista foi pensada inicialmente...

As cores da minha alma: Nina Simone

“Eu podia cantar para ajudar meu povo e isso...

para lembrar

Paulo Pedro Leal

Paulo Pedro Leal1894-1968 {gallery}artes/pedropaulo{/gallery} Ecos da Primeira Guerra...

Uma negra na academia

Dia 30 de agosto de 2018, será um dia...
spot_imgspot_img

Morre Ykenga Mattos, que denunciou o racismo em seus cartuns, aos 71 anos

Morreu na manhã desta segunda-feira aos 71 anos o professor, sociólogo e cartunista carioca Bonifácio Rodrigues de Mattos, mais conhecido como Ykenga Mattos. Vítima...

Exposição revisita mostra A Mão Afro Brasileira, em São Paulo

Há 35 anos, o artista e museólogo Emanoel Araújo (1940-2022) fez a curadoria da icônica exposição A Mão Afro-Brasileira, para marcar o centenário da...

Casa onde viveu Lélia Gonzalez recebe placa em sua homenagem

Neste sábado (30), a prefeitura do Rio de Janeiro e o Projeto Negro Muro lançam projeto relacionado à cultura da população negra. Imóveis de...
-+=