A Ala Loucos pela X está no GRCES X9 Paulistana desde o ano de 2001. Temos muito orgulho de dizer que somos a ala mais antiga da escola a cruzar a avenida em 2023!
Ao longo destes 23 anos recebemos acolhida e respeito do território carnavalesco e desta agremiação por sermos quem somos, como somos e para que somos: um coletivo plural que luta por uma sociedade sem manicômios, por um mundo em que todas as pessoas tenham acesso aos direitos plenos de cidadania, na construção de um país radicalmente democrático e justo. Como temos afirmado, muito do que é a Loucos pela X, devemos ao que o samba nos ensina e possibilita: inclusão social, cultural, laboral, artística, econômica e ao mundo dos direitos humanos, sustentado pela resistência histórica de suas escolas, território da força de luta negra e ancestral neste país.
É por respeito a esta história, fundamentalmente antimanicomial e antirracista e contrária a qualquer forma de discriminação e preconceito, que vimos a público repudiar de forma veemente o discurso (https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/carnaval/2023/noticia/2023/02/21/presidente-de-escola-de samba-de-sp-diz-que-gesto-de-punho-cerrado-usado-pelo-movimento-negro-nao-significa pnenhuma.ghtml) do atual presidente de nossa escola de samba no início do desfile, que desrespeita de forma inadmissível um dos símbolos mais fortes da luta e da resistência negra, alinhando-se ao racismo estrutural e institucional, ao promover o apagamento da origem e da razão de ser primeira de uma escola de samba.
E por respeito a essa história, por amor ao nosso pavilhão, por nosso posicionamento radicalmente antirracista e em defesa da trajetória da X9 Paulistana no carnaval de São Paulo, exigimos providências imediatas da diretoria de nossa escola de samba no enfrentamento do racismo institucional praticado na abertura do desfile de 2023.
E nós, como uma ala estruturada, estruturante e profundamente democrática, nos colocamos à disposição da escola e da sociedade no enfrentamento ao racismo, à intolerância e à branquitude.
Num momento em que exaltamos Dona Ivone Lara, mais uma mulher negra com história silenciada, não podemos tolerar o gesto de profundo desrespeito a toda a comunidade negra da escola num momento de exaltação antes de toda a agremiação entrar para defender com sangue e suor toda a sua história. Essa história é de todas as pessoas e não apenas de um homem.
Racismo e branquitude não se toleram!
A construção de uma sociedade democrática e justa é também e fundamentalmente, a construção de uma sociedade antirracista!
Coletivo econômico Cultural
Ala Loucos pela X
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