Núcleo de Cultura Afro-Brasileira completa 40 anos de atividades

A coordenadora do Nucab, Ana Maria Souza Mendes, fez parte do grupo de jovens fundadores do então Icab, em 1979. Crédito da foto: Foguinho / SMetal

O Núcleo de Cultura Afro-Brasileira (Nucab), da Universidade de Sorocaba (Uniso), comemora hoje 40 anos de existência, com o objetivo divulgar a cultura e lutar pelos direitos dos negros.

No Cruzeiro do Sul

A coordenadora do Nucab, Ana Maria Souza Mendes, fez parte do grupo de jovens fundadores do então Icab, em 1979. (Foto: Foguinho/SMetal)

Segundo a coordenadora do Nucab, Ana Maria Souza Mendes, o núcleo surgiu em 1979 com o nome de Instituto de Cultura Afro-Brasileira (Icab). Naquela época, alguns jovens que frequentavam a Sociedade Cultural e Beneficente 28 de Setembro foram promovidos a conselheiros consultivos, passando a fomentar a ideia de que era preciso fazer algo mais para divulgar a cultura da população negra. “Na escola havíamos aprendido três datas que culminaram com a abolição, mas não havia relação entre elas, era só mais uma coisa escrita no livro de história. Mas não falava da nossa vida, não falava da existência anterior do negro”, diz Ana Maria.

O trabalho daqueles jovens, então, se concentrou em iniciar uma pesquisa dentro da própria história familiar, a fim de relembrar — mas principalmente recontar — o que de fato aconteceu nos três séculos de escravidão. “Então iríamos rever a vida de nossos avós, talvez dos bisavós, e com isso, construiríamos um cenário que deixaria de ser o daqueles dois artigos da lei da abolição, que são claros, mas que não colocam gente. Meus avós eram gente! Gente que fazia! Gente que tinha uma história anterior. E foi isso que nós começamos a trabalhar.”

O então instituto ganhou força e anos mais tarde, com a mobilização pela criação da primeira universidade de Sorocaba, foi transferido da Sociedade 28 de Setembro para as Faculdades Integradas Dom Aguirre (Fida), que mais tarde se transformariam na Uniso. “A Sociedade cedeu o Icab, então, para compor uma universidade que tivesse a cara do povo, que nascesse comunitária”, diz Ana Maria. Foi nessa época que o instituto ganhou a denominação de Nucab.

Desde sua criação, o núcleo realiza reuniões mensais e Ana Maria relembra algumas ações positivas do trabalho, como a criação da Caixa de Financiamento ao Universitário Negro (Fundação Cafuné), o projeto Curumim, que trabalha com crianças em visitas a escolas, o Coral das Mulheres Negras e o programa de rádio “Nação afro — cultura, música e gente”.

O Nucab tem sua sede na Biblioteca Aluísio de Almeida, na Cidade Universitária da Uniso. O telefone do núcleo é o 2101-7164.

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