O combate ao racismo é um dever diário

Casos de racismo com repercussão na mídia não representam a quantidade de episódios vivenciados

Em Curitiba e região, o final de novembro, mês da Consciência Negra, foi marcado por eventos de grande potência para as reflexões sobre a data, mas também por episódios que alertam sobre a urgência de medidas antirracistas: teve racismo recreativo sofrido por músicos em evento musical; teve injúria racial sofrida por pedagoga em seu próprio condomínio em Curitiba; teve atendimento recusado à advogada, por parte de funcionária de uma unidade do INSS; teve palha de aço para ilustrar o cabelo de mulheres negras como atividade de um Centro Municipal de Educação Infantil em Almirante Tamandaré; teve músico sendo agredido com extrema violência e covardia nas ruas da cidade; teve deputado estadual eleito – após tentativas injustas de cassação de seu mandato de vereador – sendo constrangido e tratado de forma discriminatória por policiais militares, dentro da própria Assembleia Legislativa do Paraná.

Casos de racismo com repercussão na mídia não representam a quantidade de episódios vivenciados cotidianamente pela população negra, cujas narrativas são banalizadas e/ou silenciadas. Em Curitiba, organizações reivindicam delegacia especializada para denunciar e investigar esses crimes. Além disso, é preciso reconhecimento de que o racismo que estrutura a sociedade brasileira encontra amplo espaço no sul do país, com a justificativa de que a população negra ocupa – na história dessa região – um lugar ínfimo, com poucas contribuições. Corpos afro-diaspóricos ainda carregam em sua história o fardo pesado do racismo, que permanece promovendo o apagamento de símbolos da cultura negra e o silenciamento político social. O combate ao racismo é um dever diário de todas, todos e todes, não apenas no mês de Zumbi, mas nos 12 meses do ano. Até quando o açoite em praça pública vai perdurar?

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