(Patrick, ativista gay em Uganda. Foto: Hernán Zin/El Pais)
Jesus Cristo disse: “Amai ao próximo como a ti mesmo”. Esta frase, por si só, demonstra o absurdo que é pessoas auto-denominadas cristãs basearem sua conduta na intolerância. É incoerente com as palavras de Cristo, que foi capaz de defender uma prostituta de ser apedrejada, ser preconceituoso. Cristãos não apedrejam. Acolhem. Respeitam.
Estamos, neste momento, em nosso país, caminhando sobre terreno perigoso. Pastores ambiciosos que pouco se preocupam legitimamente com o bem-estar dos fiéis, usam de ideias medievais para aumentar o seu rebanho. Querem convencer as pessoas que é pecado ser gay, embora muitos religiosos, inclusive evangélicos, contestem essa afirmação. É muito preocupante. Se esta concepção vingar, estes pastores terão plantado a semente da discórdia no seio familiar. Será pai contra filho, irmão contra irmão. Nada mais anticristão.
Roger Ross Williams, um cineasta novaiorquino, ele mesmo vítima de preconceito da igreja protestante que sempre frequentou por ser gay, fez uma descoberta aterradora: dinheiro doado por evangélicos norte-americanos está sendo utilizado por fundamentalistas para semear a intolerância contra homossexuais nos países africanos. A situação já é gravíssima em Uganda, onde pode ser aprovada dentro de poucas semanas uma lei anti-gay que prevê até mesmo a pena de morte para quem se relacionar com pessoas do mesmo sexo. Os políticos são pressionados a todo momento pelos pastores evangélicos pela aprovação do projeto (isso faz você lembrar de alguma coisa?).
O conservadorismo norte-americano encontrou terreno fértil na sofrida África para espalhar o preconceito. Eu pergunto a você, cristão evangélico: você quer este destino para o Brasil? O que é mais importante: a mensagem amorosa de Jesus ou a do intolerante pastor de sua igreja? De que maneira você quer olhar para seu irmão, irmã, filho, filha, amigo, amiga? Com ódio ou com amor? Não se permita ser manipulado. Abra o olho. Ao mesmo tempo que se enchem de dinheiro (inclusive o seu), muitos destes pastores estão orientando seus passos não para o caminho do bem, mas por um caminho sem volta. A reação tem que vir de todos, mas principalmente de você.
Não deixe de assistir ao documentário de Williams, The Gospel of Intolerance, publicado no site do New York Times no início do ano. Está legendado em português. É simplesmente assustador.
“Religião morta e fajuta”, diz pastor Marco Feliciano sobre Igreja Católica
Questões sobre a denúncia de Gurgel contra Feliciano – por Enio Squeff
Obrigado, Feliciano!
Tumulto, rosto escondido e pastor ‘ex-gay’ marcam passagem de Feliciano por Salvador
Pregação de Feliciano é ‘racista’, afirma pastor e teólogo
Declarações de Feliciano incitam o ódio e a intolerância, diz Ministra dos Direitos Humanos
“Feliciano é o porta-voz do retrocesso”, diz Jean Wyllys
Para Jean Wyllys, permanência de Feliciano na presidência de comissão é radicalização do PSC
Pregação de Feliciano é ‘racista’, afirma pastor e teólogo
A queda de Feliciano não é a linha de chegada. É o ponto de partida
O pastor Feliciano e a fragilidade da política rastaquera do Brasil
Para Jean Wyllys, permanência de Feliciano na presidência de comissão é radicalização do PSC
A heteronormatividade pira! – Por Cidinha da Silva
Fonte: Socialista Morena