O futuro do futebol brasileiro – as mudanças no futebol brasileiro

Rodnei Jericó (Foto: Natalia de Sena)

Você já foi ao museu do futebol ? Espaço situado no estádio do Pacaembu em São Paulo, onde podemos assistir a vídeos de ex atletas profissionais de futebol do Brasil, onde podemos encontrar e cultuar figuras icônicas como Pelé, Zico, Sócrates, Reinaldo, Rivaldo, Ronaldo gaúcho, Ronaldo fenômeno, Roberto Carlos, Bebeto, Romário, Rivelino, Clodoaldo, Zito, Djalma Santos, Ademir da Guia entre muitos outros craques brasileiros.

Por Rodnei Jericó

Assistindo a jogo final do campeonato paulista de 2019, automaticamente me remeteu a estes craques, e isto se deu em razão do futebol pragmático e de pouca qualidade técnica, com raras exceções, apresentado pelos times finalistas, onde prevaleceu a suposta estratégia tática, e aqui sem tirar o mérito do campeão deste ano, mas ao mesmo tempo sem deixar de imaginar como será nosso futuro no futebol.

Me faz pensar ainda quanto ao caminho que estamos trilhando, onde o dinheiro se sobrepõe ao artista da bola, me faz imaginar de que o rumo comercial acabará com o futebol brasileiro e sulamericano, onde as equipes jogarão apenas com o regulamento debaixo do braço e para o senso comum isto será mérito.

Triste de nosso futebol, estamos periclitando entre a mediocridade e a falta absoluta de recursos técnicos, onde o discurso supostamente culto se sobressai ao futebol de rua, da várzea, do moleque que fica na rua até a madrugada brincando de jogar bola. Completaremos no próximo mundial de 2022, 20 anos sem qualquer esperança de vermos novamente o futebol que sempre nos projetou para o mundo. Por muito tempo o futebol foi nossa bandeira mundial. Me recordo de ao chegar em Ancara, capital da Turquia em 2006, e ao me identificar como brasileiro, automaticamente me associavam a Alex (ex-palmeiras) que fez muito sucesso por la na década dos anos de 2000.

Hoje nosso representante no futebol brasileiro, é lembrado como “aquele que simula, que tenta induzir a arbitragem de jogo ao erro”, creio que com este perfil não estamos em um bom caminho.

As finais dos estaduais,  mostra uma queda de nível técnico enorme no futebol brasileiro, acabamos com os campos de várzea, verdadeiro celeiro de craques, onde as crianças brincavam descalços, tendo o futebol como única diversão. Perdemos a essência, estamos esquecendo o caminho, e isto nos fará pensar por muito tempo, neste campo em que sempre fomos destaque.

A final do campeonato paulista mostra de forma inequívoca a decadência e falta de perspectiva do futebol  brasileiro. Vimos os quatro grandes desfilarem um futebol deprimente, com todo o respeito aos atletas que em campo estiveram, mas que nem de longe representam o que é o futebol brasileiro, com raras exceções que se sobressaem porque tem alguma técnica aliada a muito esforço em treinamentos.

Triste das gerações de hoje que infelizmente poderão passar uma vida inteira sem gritar é campeão mundial com a seleção brasileira, triste para o Brasil que tem se contentado com pouco, triste para quem gosta de futebol de alto nível, e que terá de se contentar com esta baixa qualidade técnica em campo.

Precisamos rever os conceitos, e isto para além do social, mas também pelo social faz-se necessário que tenhamos uma outra visão do esporte e do papel recuperador de vidas que ele exerce, bem como do papel que o futebol sempre exerceu no Brasil, como bandeira, como algo que podíamos afirmar ser grande e que hoje se apequenou.

Acredito que possamos ser um país onde se valoriza a educação e ao mesmo tempo possa revelar grandes atletas de futebol, mas me parece que estamos no caminho inverso.


Rodnei Jericó – Advogado .

 

 

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