ONU debate igualdade de gênero e autonomia das mulheres na era digital

Encontro de ministras da Mulher é coorganizado pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe e ONU Mulheres; ministra de mulheres e presidente da sessão, Ayelén Mazzina falou à ONU News, de Santiago, sobre a importância da reunião; secretário executivo da Cepal destaca baixa presença feminina na ciência e tecnologia.

FONTEONU News
Secretário executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs, reforçou que a presença feminina no setor da ciência e tecnologia ainda é pequena - Foto: Unsplash/wocintechchat

A Comissão Econômica da ONU para América Latina e Caribe, Cepal, reuniu ministras da Mulher e autoridades para examinar a implementação do Compromisso de Buenos Aires, que aborda a perspectiva de gênero, assinado em novembro de 2022.

A reunião acontece às vésperas da Comissão das Nações Unidas sobre o Estatuto da Mulher, com a sigla em inglês CSW, a maior reunião da ONU sobre o tema.

Igualdade de gênero

A sessão virtual termina neste 9 de fevereiro com destaque da Cepal para a presença de mulheres e meninas na educação e transformação digital.

A ministra das Mulheres, Gênero e Diversidade da Argentina, que preside a conferência, Ayelén Mazzina, falou à ONU News de Santiago, Chile.

Ela explicou que a questão central do encontro é debater formas de trazer mais mulheres e meninas para o setor digital e preparar os países da região para o a CSW.

“As principais questões da agenda hoje têm a ver com a redução das lacunas de desigualdade para as mulheres. Também levantamos, todos os países, o lugar que as mulheres ocupam nessa agenda. Acredito que diminuir a diferença de desigualdade é observar quantas mulheres temos na matemática, quantas mulheres na ciência, quantas mulheres na economia…”

A ministra também destacou que o trabalho da ONU evidencia a questão da desigualdade de gênero em todos os países da Cepal.

“Me pareceu muito importante o trabalho da ONU, Mulheres e da Cepal para colocar na agenda esse tema tão importante e tão transversal, que também obriga o resto dos países a colocar na agenda, a pensar em diferentes políticas públicas para começar a trabalhar isso que realmente fala em reduzir as brechas de desigualdade e lidar com a questão. É uma questão muito transversal que nos convida a outros tipos de tratamentos dentro das agendas de gênero de todos os países.”

Presença feminina na ciência

Em seu discurso de abertura, o secretário executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs, reforçou que a presença feminina no setor da ciência e tecnologia ainda é pequena.

Segundo ele, embora exista uma lacuna de gênero digital, as mulheres da região alcançaram avanços significativos na educação, superando os homens, com uma taxa de conclusão do ensino médio superior em 6,1%.

O chefe da Cepal alertou que essas conquistas escondem padrões desigualdades de nas disciplinas, que se aprofundam no ensino superior, onde as diferenças se tornam evidentes em setores como em ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Na maioria dos países da região, a proporção de mulheres graduadas nessas áreas não passa dos 40%.

De acordo com os dados apresentados por Salazar-Xirinachs, os mercados mais críticos são engenharia, indústria e construção, com apenas 30,8% de participação feminina no ensino superior, e tecnologias de informação e comunicação, com apenas 18% de estudantes mulheres.

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