Parque é acusado de racismo nos EUA: ‘Disse não às minhas filhas e abraçou a menina branca’, diz mãe; vídeo

Enviado por / FonteDo O Globo

Mulher registrou o momento no qual o personagem da Vila Sésamo, na Filadélfia, se recusa a ter contato com crianças negras; estabelecimento se desculpou

Uma mãe compartilhou um vídeo no qual as suas filhas, duas meninas negras, são ignoradas e recebem “não” de um personagem no Parque Vila Sésamo, na Filadélfia, nos Estados Unidos. Em seguida, o homem fantasiado abraça uma menina branca ao lado. A publicação feita neste domingo viralizou nas redes sociais e, comentando o caso, outras famílias postaram gravações da mesma situação sofrida. As imagens mostram funcionários repetindo a mesma postura, negando atenção somente às crianças negras.

“As crianças queriam parar para ver os personagens. Esta pessoa nojenta disse descaradamente aos nossos filhos que não, então começou a abraçar a garotinha branca ao nosso lado! Aí quando eu fui reclamar, eles me olharam como se eu fosse louca. Perguntei a senhora quem era o personagem e queria ver uma supervisora. Ela me disse que ela não sabia. Eu nunca mais vou pisar no Parque Sésamo”, publicou a mãe das meninas que aparecem no vídeo, identificada apenas como Jeezy no Instagram.

Inicialmente a franquia do parque na Filadélfia se pronunciou dizendo que “não passava de um mal entendido, já que a performer que interpreta a personagem Rosita confirmou não ter visto a criança”. Disse ainda que o personagem ficou arrasada com o post e só informou que “não iria pegar a criança no colo porque não é permitido”.

Mas, com o surgimento de novos vídeos e a repercussão do caso, a franquia da Filadélfia mudou de postura e se desculpou publicamente:

“Pedimos sinceras desculpas à família por sua experiência em nosso parque no sábado: sabemos que não está tudo bem. Nós estamos nos preparando para fazer melhor. Estamos comprometidos em fazer o certo. Faremos um treinamento para nossos funcionários para que eles melhorem, compreendam, reconheçam e entreguem um espaço inclusivo, equitativo e divertido de experiência aos nossos hóspedes. Há mais de 40 anos a Vila Sésamo tem trabalhado para defender os valores de respeito, inclusão e pertencimento. Nós estamos comprometidos a fazer um trabalho melhor para que as crianças e as famílias se sintam especiais, vistas e incluídas quando vierem aos nossos parques”, diz a nota publicada pelo parque.

Além da franquia, o perfil oficial da Sesame Street, criadora da série televisiva Vila Sésamo, também se posicionou sobre os relatos:

“Como uma organização educacional global sem fins lucrativos com um missão de ajudar as crianças a crescerem mais inteligentes, mais fortes e mais gentis, a Sesame Workshop sempre representou respeito, inclusão e pertencimento e está empenhada em fornecer experiências de qualidade para todas as crianças e famílias. Continuaremos trabalhando com nosso parceiro de longo prazo, Parque Vila Sésamo, para garantir que as ações apropriadas sejam tomadas e que incidentes como este não aconteçam no futuro”, diz a nota.

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...