Um dia histórico para o Movimento das Mulheres

Ontem foi um dia histórico para o Movimento de Mulheres. Pela primeira vez os homens estiveram de maneira consistente, envolvidos nas discussões contra a violência que vitima de maneira dramática as mulheres no Brasil.

Por Mônica Francisco Do Jornal Do Brasil

O cenário foi o auditório da Secretaria de Estado de Assistência Social e  Direitos Humanos no edifício da Central do Brasil.A presença dos homens é fundamental para sensibilização deste problema, conforme ressaltaram as anfitriãs, Maria Margarida Ellembogem Pressburger Subsecretária de Políticas para as Mulheres e Adriana Mota, Superintendente de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher.

Na composição da mesa de debates, Paulo Borges da ASPLANDE (assessoria à mulheres empreendedoras populares na região metropolitana), Marcos Rodrigo  do Banco do Preventório em Niterói, Daniel Pulido do Banco Mundial, apoiador de ações como o ônibus lilás que faz atendimento às mulheres de maneira itinerante, Leandro Tick, grafiteiro e Rafael Velasco, advogado e parceiro da ASPLANDE (Assessoria e Planejamento para o Desenvolvimento). Quatro homens que vem trabalhando ao lado de mulheres no enfrentamento das desigualdades de gênero, em áreas como o trabalho cooperativo e associativo, a cultura hip-hop e o grafite, no direito e na qualificação de empreendedoras na gestão de sue negócios.

A platéia contou também com um considerável número de homens que enfrentam de perto essa violência. Policiais que exercem posição de comando estiveram presentes e participaram de maneira ativa nos debates, mostrando a importância de se prepara cada vez melhor as tropas para intervir nas situações mais difíceis e de maneira mais eficiente.

Adriana Mota mencionou dois exemplos importantes desse enfrentamento, como a ação desenvolvida pelo 31° Batalhão na Região Serrana, que dispõe de policiais que atuam vistando as residências de mulheres que estão sob medida protetiva^, para evitar aproximação do violador. Citou ainda a volumosa quantidade de ocorrências atendidas pelo 190, chamada de emergência para a polícia, onde as que se destinam à violências contra a mulher, serem a segunda maior causa de acionamentos no estado.

Houve uma troca muito rica entre os participantes e as participantes do evento, em que questões importantes como a necessidade de se escutar mais as mulheres, olhar com mais cuidado os números e dados referentes à esse tema,  dos quais dispõe a polícia militar, como por exemplo as ações que não chegam às delegacias , pois se resolvem no próprio e que dariam à sociedade e aos pesquisadores uma miro clareza e um olhar mais aprofundado do tema.

Também ressaltou-se a importância de se modificarem as relações familiares no que se refere ao ensinamento de crianças em relação às questões de gênero e os papéis sociais.

Marcos Wolf Cavalcanti, Subsecretário Executivo da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, encerrou ressaltando mais uma vez a importância da presença dos homens nesta luta e na composição com as mulheres nos espaços de enfrentamento às violências de gênero e em seguida houve uma panfletagem na Central do Brasil, com folhetos explicativos e números institucionais de apoio aos casos de violência.

Um triste episódio, foi a proibição por alguns instantes, por parte da Supervia, da panfletagem e da exibição de cartazes que mostravam as estatísticas de mortes femininas no Brasil. É mais do que necessário e urgente, que todas as instituições, órgãos e empresas, bem como toda a sociedade, devem estar imbuídas de um espírito combativo no que se refere à violência contra a mulher, principalmente àquelas onde elas são mais violadas, que são nos meios de transporte coletivos.

“A nossa luta é todo dia. Favela é cidade. Não aos Autos de Resistência, à GENTRIFICAÇÃO, à REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL , ao RACISMO, ao RACISMO INSTITUCIONAL, ao VOTO OBRIGATÓRIO, ao MACHISMO, À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER e à REMOÇÃO!”

+ sobre o tema

Bióloga é agredida após reclamar de assédio no Rio

Elisabeth Henschel estava em um bar com o namorado...

Homem Chora Masculinidade

O modelo de masculinidade ainda é baseado em expressar...

Ensaio de moda criticado por ‘glamurizar estupro’ causa polêmica na Índia

EO ensaio de Raj Shetye foi considerado 'nojento' por...

‘Negras cabeças’ debate espaço da mulher negra nas artes conduzida pelo cabelo e ancestralidade

No dia escolhido para dar visibilidade à luta das mulheres...

para lembrar

Êxodo gay: preconceito afasta gays de locais intolerantes e não seguros

Um estudo realizado pelo site Consumer Affairs, dos Estados...

Mulheres são promovidas em entretenimento, mas não ao topo

Mulheres ocupam apenas cerca de 25% dos cargos mais...

Estado, sou gay! Por Renan Teles

Em tempos de Projeto de Lei (PL) n. 6.583/13...
spot_imgspot_img

Epsy Campbell compartilha decálogo de poder e compaixão com líderes negras latino-americanas

Entre a comunidade negra latino-americana (especialmente a feminina), Epsy Campbell é um marco histórico: foi a primeira mulher afrodescendente a chegar a uma Vice-Presidência...

Feminicídio: DF supera quantidade de casos do mesmo período de 2024

O Mapa de Segurança Pública, divulgado nesta quarta-feira (11/6) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, revela que houve uma redução de 25,81% nos casos...

Justiça do Rio condena médico que estuprou mulheres na sala de parto

A Justiça do Rio condenou o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra a 30 anos de prisão, em regime fechado, por estupro de vulnerável contra...
-+=
Geledés Instituto da Mulher Negra
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.