Qual é a importância de África no Rock in Rio 2018? Paula Nascimento explica

O objectivo é mostrar que o continente tem muito para dar e é capaz de ascender a uma plataforma de maior equilíbrio, respeito e igualdade.

Por Wilds Gomes,  do Bantumen

África está nas bocas do mundo, assim como está no quotidiano de cada pessoa. Por onde quer que passemos, ouvimos África, quer nas lojas de roupa, quer nos carros das pessoas ou mesmo nas festas. A nacionalidade deixou de fazer diferença quando a música africana se tornou universal.

Como já dissemos aqui, nesta edição do Rock in Rio, África teve o seu lugar bem posicionado. Com grandes nomes da música africana, o palco EDP Rock Street África é a passarelle que África veio pisar e todos que queiram conhecer um pouco mais dos ritmos quentes.

E a causadora desse bom feeling, é Paula Nascimento, programadora do palco EDP Rock Street África no Rock in Rio 2018. Trabalha há 18 anos com a cultura e as artes africanas, aceitou esse desafio por amor a África. Com o objectivo de mostrar que o continente tem muito para dar, e capaz de ascender a uma plataforma de maior equilíbrio, respeito e igualdade.

“O Rock in Rio queria ter um palco dedicado a África, tiveram iniciativa e quiseram de alguma forma homenagear África”, conta Paula à BANTUMEN. Quando lhe fizeram o convite, a mesma pensou num projeto grandioso que desse resposta a essa homenagem com a qual se identifica.

 Foto: BANTUMEN / Maju Reis

O que torna interessante toda essa aventura e viagem, é o facto de existirem vertentes muito distintas neste palco. Grandes bandas de referência que são a referência de muitos africanos em Portugal que fizeram história e estórias desde os anos 90, como Bonga, Tabanka Djaz, Ferro Gaita, Paulo Flores, entre outros.

Para Paula, “é importante contribuir com uma ideia de África que alargue horizontes musicais, e como exemplo: A’Mosi Just A Label, Nástio Mosquito & DZZZZ Band com projecto muito particular, que diferencia” E, os jovens da nova geração, jovens em início de percurso como Selma Uamusse e Karlon.

Os PALOP’s respiram talento, mas é necessário mostrar os talentos de outros países africanos que não falem português. Moh! Kouyaté da Guiné Conacri e Batuk da África do Sul, foram exemplos que fizeram jus ao continente de onde vieram.

Esses ingredientes dão resposta a um evento de uma grande dimensão (o que não é fácil), com uma grande diversidade de públicos, era necessário pensar em vários fatores que mostrassem as cores de África, a bandeira africana. É um trabalho que na sua constituição foi necessário criar um programa que houvesse um verdadeiro diálogo com aquele que convidou Paula  Nascimento, o Rock in Rio.

A música por todo o lado, na #CidadedoRock 🎶 . #EDPRockStreet #RockinRio2018 #Music

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No terceiro dia de festival, Paula confessa: “Sinto que há um grande interesse e curiosidade, há pessoas que sentam-se em frente ao palco antes das atuações, o público dança e canta sabendo ou não a letra, há uma grande vontade de conhecer”. Nesse diálogo, alinhou-se uma programação no palco EDP Rock Street África que responde ou complementa com as atuações do palco Mundo.

Se a proposta fosse constituir um palco de World Music provavelmente Paula não aceitaria, mas um palco África “teria de aceitar querendo ou não, porque são oportunidades que não surgem sempre, e quando uma oportunidades dessas surge, a comunidade africana deve-se solidarizar e apoiar e dizer que sim, vamos”.

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