Quatro mulheres ampliam representatividade negra na Assembleia de Minas

Macaé Evaristo se junta a Leninha, Andreia de Jesus e Ana Paula Siqueira (Rede), que se reelegeram. Maioria das cadeiras, porém, será ocupada por homens brancos

A representatividade negra na Assembleia Legislativa de Minas aumentou nesta eleição, passando de três para quatro as deputadas pretas. Foram eleitas para o legislativo estadual:

– Leninha (PT), com 65.864 votos;
– Andréia de Jesus (PT), com 51.120;
– Macaé Evaristo (PT), com 50.416;
– e Ana Paula Siqueira (Rede), com 33.621.

Macaé amplia a representação de mulheres negras e junta-se a Leninha, Andréia de Jesus e Ana Paula, que conseguiram se reeleger. Três delas são oriundas do movimento da educação, Macaé, Leninha e Ana Paula. Andréia vem do movimento de ocupações urbanas

Apesar do aumento no número de mulheres negras, a maioria das 77 cadeiras será composta por homens, 62 foram eleitos frente às 15 mulheres eleitas.

Leninha

Marilene Alves de Souza, a Leninha, foi professora nas redes estadual e municipal de ensino. O capital político vem da atuação na militância sindical: foi diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) e presidente regional da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Também atuou em movimentos pastorais. Em 2016, ele disputou a prefeitura de Montes Claros.

Ana Paula Siqueira

Ana Paula Siqueira fez parte da primeira legislatura na Assembleia a eleger mulheres negras. Reeleita, ela segue para o segundo mandato. Ela vem do Alto Vera Cruz, bairro da Região Leste de Belo Horizonte, de onde saíram importantes lideranças negras. Professora, Ana Paula atuou no Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG).

Também teve passagem no executivo, como secretária municipal de Participação Popular. No primeiro mandato, foi presidente da comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e integrou aas frentes parlamentares em defesa da agroecologoia, agricultura familia e sergurança alimentar.

Andréia de Jesus

Andréia de Jesus também integrou a primeira legislatura na Assembleia que elegeu mulheres negras. Advogada popular, Andréia vem dos movimentos sociais. Integrou as Brigadas Populares, as comunidades eclesiais de base e as pastorais de rua e carcerária. Em 2018, ela foi eleita pelo MUITAS, que havia apresentado, em 2016, os nomes de Bella Gonçalves, Cida Falabella e Áurea Carolina, todas eleitas para a Câmara Municipal de Belo Horizonte.

As quatro formaram a Gabinetona, inovação institucional de mandatos coletivos. No entanto, a experiência se desfez, Andréia deixou o PSOL e filiou-se ao PT nesta eleição. O primeiro mandato de Andréia se notabilizou pela atuação em defesa dos direitos humanos e os territórios quilombolas. Em função de sua atuação, recebeu ameaças de morte.

Macaé Evaristo

Macaé Evaristo foi eleita, em 2020, vereadora na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Construiu a trajetória atuando em educação. Foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária de educação em Belo Horizonte (2005 a 2012) e no estado (2015 a 2018). Macaé coordenou a implantação de Escolas Indígenas, Escola Integra. Também atuou no Ministério da Educação, onde atuou no processo de implementação das cotas no ensino superior.

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