Integrantes da comunidade quilombola Mumbaça procuraram a sede da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/AL) para denunciar que estão sendo vítimas de racismo por parte de integrantes da Prefeitura e da paróquia da cidade de Traipu, Sertão alagoano. Os líderes da comunidade relatam que caso, ao se declararem quilombolas, deixaram de ter acesso a serviços básicos até então ofertados pelo poder público, além de ficarem impedidos de participar de cerimônias religiosas realizadas pela Igreja Católica.
por Clevânio Henrique no Portal 96
De acordo com a integrante da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial, (Cojira), Valdice Gomes, os quilombolas relataram uma série de situações que comprovariam que eles, de fato, estão sendo vítimas de racismo.
“Essa situação é um absurdo. Um ato de racismo, descriminação, sobretudo de desconstrução da ancestralidade. Ter acesso aos serviços básicos é direito de todos. E ninguém pode ser simplesmente excluído de tais conquistas por fazer parte de um quilombo”, expôs Valdice.
Entre as queixas apresentadas pela comunidade, aponta Valdice, destaca-se também a negativa de atendimento médico em um posto de saúde. O Ministério Público Federal (MPF/AL) já foi comunicado e realiza diligências no sentido de apurar as denúncias.
“Por ser quilombola e reafirmar sua raça, as pessoas estão sendo sendo oprimidas. Toda essa situação acaba, infelizmente, prejudicando o dia a dia da comunidade. Nossa expectativa é que MPF e OAB nos ajude nesse trabalho”, reforçou Valdice Gomes.
Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Traipu, as denúncias apresentadas pelos quilombolas são vazias e motivadas por questões políticas. Ainda segundo a assessoria, a Prefeitura não se nega a ofertar nenhum tipo de serviço. Ao contrário, reforça a assessoria, o Município também tem trabalhado para favorecer as minorias.